Quinta-feira, 19/06/2008 – Ano II – Edição 278
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Crise no Banese
O Banese atravessa uma séria crise interna. A diretoria petista realiza mudanças questionadas por funcionários e sindicalistas. A base da discórdia está no cobiçado setor de Tecnologia da Informação. No início do governo João Alves Filho, caixas eletrônicos do Banese sofreram agressão de clientes insatisfeitos com os serviços do banco. Obter um simples extrato de conta corrente dava dor de cabeça. Durante o período de Jair Araújo (2003/2006), o Banese recebeu novas plataformas operacionais com sistemas mais eficientes e seguras. As falhas do sistema antigo do Banese decorriam do modelo de gestão da informação adotado pelo atual presidente João Andrade quando ocupou o mesmo cargo no governo Albano Franco. À época, João Andrade implantou um modelo operacional aposentado pela maioria dos bancos havia tempos - não obstante o alto desembolso feito pelo Banese para adquirir hardwares e softwares fornecidos até então com exclusividade pela IBM. Tempos bons aqueles para a turma de João Andrade! Chegou 2007. Por obra do governador Marcelo Déda, João Andrade reassumiu o posto de presidente e tratou imediatamente de imiscuir-se (ele mesmo) nas tarefas de informatização do Banese. Contratou – certamente para ajuda-lo – um ex-consultor da IBM que recebia cerca de R$ 30 mil de salário da multinacional americana, mas topou trabalhar no Banese por míseros R$ 4 mil. Na última semana de dezembro passado, João Andrade realizou o primeiro pregão destinado à aquisição de softwares e serviços de gerenciamento. De fora de Sergipe, apenas a IBM deu lance. Quem venceu a licitação? A IBM... Até 2006, diversas empresas forneciam soluções tecnológicas para o Banese. Depois do retorno de João Andrade, a IBM deixou a concorrência a ver navios. Em abril, a IBM deixou de abiscoitar uma verba gorda porque os preços apresentados estavam “muito altos”. Mas a IBM não perdeu nada. O pregão foi sumamente cancelado. Deve ser retomado até o final deste mês! João Andrade tem muito a explicar. As acusações feitas por funcionários e até por ex-presidentes – além das notórias evidências negativas – contra sua gestão são prejudiciais à imagem do Banese. José Figueiredo – mesmo afastado do Conselho do banco, a pedido dele próprio – deve participar da reunião dos conselheiros na manhã desta quinta-feira. O ex-mandatário quer se inteirar da situação... Aliás, seria de bom alvitre que João Andrade pusesse as barbas de molho. Até 2006, os verdadeiros donos do Banese – os sergipanos –recebiam suas “ações” na forma de obras, através do repasse de dividendos ao tesouro estadual. No governo das mudanças para pior, além do repasse ter minguado, o pouco que o Banese aplica dos altos lucros vem na forma de festa. Só com os festejos juninos são quase cinco milhões.

Um comentário:

Anônimo disse...

Caro jornalista, você já foi ao Banese pegar a sua cartilha para combater a lavagem de dinheiro? E nao esqueça de avisar a polícia se ver algém com a mão na massa. É cada uma...