Quarta-feira, 11/06/2008 – Ano II – Edição 273
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Atos de Selvageria
De um lado, socos, pontapés, empurrões, gás lacrimogêneo... Do outro, hematomas, caras quebradas, humilhação! A Tropa de Elite do governo do PT mais uma vez mostrou-se inapta para intervir em conflitos desarmados. As vítimas recentes da desinteligência da Polícia Militar são agora os sem-teto.
Faz poucos meses, a mesmíssima Tropa de Elite do governo do PT surrou estudantes do Colégio Dom Luciano. Em diferentes ocasiões, já havia surrado estudantes da Unit e da UFS. Como ninguém foi punido, a banalização da violência contra “insubordinados” desarmados virou regrar na PM.
Ontem, a Secretaria Estadual de Comunicação publicou comunicado onde pretendeu desvincular o governador Marcelo Déda – e o próprio governo – da ação truculenta. Em cada palavra, a confirmação da omissão, o descaramento...
A Secom diz que o governo agiu legalmente ao expulsar os desabrigados dos escombros do Hotel Brisa Mar, pois “a lei lhe permite agir imediatamente para impedir a ocupação indevida de propriedade pública”. Quem na oposição criticava a desocupação de fazendas e acostamentos de rodovias invadidas pelos sem-terra, mostrou-se no poder radical no trato com os movimentos sociais.
A Secom diz que os invasores usaram de força para ocupar o terreno. Mentira! No rádio, testemunhas disseram que o local estava abandonado fazia tempo.
A Secom diz que a PM “buscou sempre uma saída pacífica”. Mentira! Ao chegar ao local, conforme testemunhas ouvidas pela imprensa, a Tropa de Elite do governo do PT ordenou a desocupação. Revoltados, pois não tinham para onde ir, os invasores passaram a usar palavras de ordem, o que “ofendeu” a PM. Resultado da “ofensa”: a porrada comeu!
A Secom diz que a Tropa de Elite do governo do PT “atuou nos limites da moderação, impedindo a entrada de mais 150 pessoas ao local”. Mentira! Imagens das emissoras de TV e fotos de jornais mostraram exatamente o contrário. Segundo invasores, a PM atacou física e moralmente até mulheres e crianças.
A Secom diz que entre os invasores há beneficiados por projetos habitacionais do governo do PT ou cadastrados em programas com obras em execução. Meia verdade! Apenas uns poucos entre os mais de 300 sem-teto tinham cadastro em programas habitacionais e somente dois deles foram beneficiados anteriormente, contudo, não através de programas do governo do PT sergipano.
A Secom diz que o governo do PT “enfrenta com coragem o drama do déficit habitacional”. Mentira! Todos os programas habitacionais em curso no estado são patrocinados, financiados e mantidos pelo governo federal. Até o programa “Sergipe Minha Casa” (criado no ex-governo), que substituía casebres de taipa por casas de alvenaria, foi cancelado no ano passado. Não obstante, a entrega entre 2003 e 2006 de quase 10 mil unidades nos municípios com menor IDH.
A Secom diz que o governo do PT “em nenhum momento deixou de prestar assistência às pessoas que estavam no local”. Mentira! Conforme os próprios invasores testemunharam, somente no dia anterior à desocupação do Brisa Mar uma equipe da secretária Ana Lúcia Menezes (Inclusão Social) esteve no local. Cadastrou famílias, mas nada acertou quanto ao abrigo pós-desocupação.
Para amenizar os efeitos da dantesca selvageria promovida por sua Tropa de Elite, o governo do PT alojou de última hora os desabrigados em galpões do Estado. Por que, então, permitiu a invasão uma área pública se fazia parte do plano de desocupação alojá-las provisoriamente? A resposta é simples: tal “plano” simplesmente não existia. Foi criado um tapa-buraco, visando remediar o estrago à imagem.
A Secom encerrou a nota garantindo que o governo do PT “não abrirá mão do dever de preservar o patrimônio dos sergipanos”. Espera-se apenas que para cumprir o intento o governo das mudanças para pior não volte a usar o cassetete como argumento ao convencimento. Pega mal. Muito mal!
Por incompetência ou omissão, a responsabilidade pela baixaria ocorrida no sábado é toda e tão somente do governo do PT. Doa a quem doer!
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Os Oportunistas
Nas vezes em que o povo pobre acaba vítima do poder desmedido e excessivo, sempre surgem os espertinhos com aquele apetite voraz para aparecer de bons-moços. Dois deles deveriam manter-se caladinhos.
O primeiro é o líder do governo na Assembléia, Francisco Gualberto. Semana passada, armado com um facão, o deputado petista saiu em perigosa perseguição a um atabalhoado, chato e rouco sindicalista por conta da eleição do sindicato dos professores da prefeitura de Aracaju.
Apelidado de Ninja, Rambo e até de Chuck Noris de São Cristóvão, Francisco Gualberto é o próprio símbolo do excesso desmedido, da violência gratuita, da insânia, do poder luxurioso. Ele a defender um governo marcado pela truculência policial só aumenta os prejuízos à imagem de ambos.
O segundo é o radialista-deputado tampão Gilmar Carvalho. O outrora implacável defensor dos frascos e comprimidos amansou, serenamente. Talvez ressabiado pelas dezenas de processo e condenações judiciais por calúnia e difamação – além, claro, do óbvio esforço para resguardar a própria pele, afinal depende do governador Marcelo Déda para seguir deputando.
Desta feita, o governador de plantão não foi chamado pelo Cão-Cão de “frouxo” – que o diga Albano Franco. Por hora, Gilmar Carvalho fica satisfeito apenas com a demissão do comando da PM e fica tudo resolvido. Também, para “sorte” do governo do PT, ele não disse que “vivemos um desgoverno”, nem que temos “um governo acovardado, acuado pela incompetência”.
Em certas ocasiões, o silêncio é a melhor das virtudes...
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Tonho Leite Revoltado
O ator, publicitário e empresário Antônio Leite distribuiu ontem artigo com o ponto de vista dele quanto à derrubada dos bares da Praia de Aruana. Pelo conteúdo bombástico, publico o texto completo:
- CAPRICHOS DO PROCURADOR É inusitada a peleja travada entre comerciantes da Paia de Aruana e Ministério Publico Federal de Sergipe. A sociedade sergipana assistiu perplexa e assustada o desfecho dessa injusta querela. Diversos atores sociais, principalmente jornalistas, manifestaram-se na imprensa as suas indignações contra o absurdo que se configurou numa das mais arrogantes investidas daquele poder que, em nome de defender a sociedade, acaba se voltando contra ela. Mas alguns fatos precisam ser esclarecidos, para que a população entenda o que é que existe de pano de fundo nesta história e que a outra parte jamais irá contar. Em 2000, após uma reunião festiva em uma mansão nas dunas da Aruana, casa da americana Caroline, com a presença de algumas figuras importantes de vários poderes, interessados na valorização da área, ficou decidido acabar com os bares da praia naquela localidade. Orientados, criaram uma associação de moradores para provocar o Ministério Publico Federal. A partir desta data, o procurador Paulo Jacobina iniciou um processo, com uma postura pessoal e no mínimo estranha, chegando em reunião com vários órgãos, inclusive com o prefeito de Aracaju, na época João Augusto Gama, o procurador dirigiu-se a mim de maneira agressiva e disse: “Eu vou derrubar o seu bar”, no caso o Botequim.bom.br. Criando, entre os presentes, uma situação vexatória, um sentimento de constrangimento. Não fosse a turma do deixa disso com o tradicional: calma Jacó, que é isso Jacó, deixa disso Jacó, pro home se aquetá, eu teria tomado uns catiripapos. O professor Jorge Carvalho levantou e disse em meu ouvido “cuidado Tonho Leite o homem é faixa preta”. Aí é que eu tremia de medo: o homem babava de raiva, na sala dele, e faixa preta. Eu ia apanhar e muito. Por diversas vezes o procurador repetiu esta cena, não somente comigo, mas com outros companheiros donos de bares da Aruana, com virulência, criando um ódio, uma obsessão. Alegava o Sr. Paulo Jacobina que se tratava de área de preservação ambiental. Por coincidência, concomitante com a tenaz resistência do procurador, no que se refere à Aruana, várias mansões foram construídas em dunas por todo litoral sergipano, inclusive na própria Aruana, que hoje possui um prédio de 12 andares e um condomínio da casas nas dunas em frente aos bares que foram derrubados. Na verdade a idéia era demolir os bares deixando a área livre para novos empreendimentos. Este argumento de que os bares estavam invadindo uma área de preservação ambiental, é querer subestimar a inteligência da sabedoria. O IBAMA, que em principio dizia ali ser área de preservação, reconheceu em documento, no decorrer do processo, não ser mais aquela era área de preservação, depois da construção da rodovia. Por que será que o Ministério Público Federal considera os Bares da Aruana como uma ocupação ilegal, uma agressão ao meio ambiente, e não enxerga situações berrantes, verdadeiros escândalos como o Bairro Jardins e o seu Parque Tramandaí, as mansões nas dunas na Praia do Saco, os grandes bares das praias da Sarney, e recentemente o Hotel Star Fish, que construiu uma piscina dentro do mar, além de diversas construções sem o menor respeito ao meio ambiente? Por que sempre dois pesos e duas medidas? A quem interessa a retirada dos bares da Aruana? Qual o benefício para a sociedade, seja de ordem econômica ou ambiental? Qual o beneficio para os pais de família que dali tiravam o sustento?. É isto que o Ministério Público Federal quer? Tenho certeza que não. Tenho certeza que nas suas atribuições não constam atitudes prepotentes desta natureza. Tenho certeza que não permite sadismo de membros diante do choro de oprimidos perdedores. Gargalhadas em contraponto com uma profunda tristeza. Os últimos bares destruídos pelas maquinas do Ministério Publico Federal, protegido por forte esquema policial, Bombeiros, armas de grande potencia da Policia Federal, eram bares considerados dos mais equipados da orla de Aracaju. E eu pergunto: quem vai pagar o prejuízo? Apelo para que o Ministério Público Federal, órgão do qual a sociedade sempre espera lisura em seus julgamentos, reveja este processo e corrija este ato de injustiça cometido por alguns dos seus membros. Seria uma forte demonstração de grandeza que a sociedade saberia muito bem enxergar no órgão que ela tem como seu maior protetor. Antônio Leite Proprietário do Botequim.Bom.BR
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