E.Zine 17/07 N107

VÔO SOLO? Sublegenda do PT nos últimos 20 anos, o PCdoB ensaia andar com as próprias pernas. Alguns passos neste sentido já foram dados no parlamento em Brasília, nas eleições de representações sindicais e estudantis, nos movimentos sociais nacionais e nas bases estaduais. Para dar a guinada, os comunistas resolveram desatrelar o PCdoB de alianças exclusivas com o PT, seja qual for a disputa! O pleito do próximo ano deve caracterizar o início do processo de afastamento em maior monta. Os comunistas pretendem lançar candidatos próprios a prefeito em dez capitais, entre elas São Paulo, Belo Horizonte, Porto Alegre, Salvador, Recife, Manaus e, claro, Aracaju. Sergipe - Pode ainda não ser o momento para ocorrer o divórcio de um dos casamentos mais duradouros da política local, entre os partidos liderados por Sua Alteza Real e pelo prefeito comunista da Capital Edvaldo Nogueira Foguinho. Ao garboso príncipe, apoiar o candidato do PCdoB significa economia de dinheiro e de prestígio, que podem ser usados para fortalecer o PT no interior, lançando candidatos próprios ou apoiando aliados de peso -a aliança vermelha conta fazer pelos menos 60 dos 75 alcaides. Noutras palavras: se vencer, Foguinho ainda precisará permanecer beijando a mão do senhor padrinho; se perder é por não ter sido (ele e somente ele) um candidato com estofo eleitoral à altura dos concorrentes. Em qualquer resultado sai ganhando Sua Alteza Real. Entrementes, a tendência Articulação de Esquerda, comandada pela secretária da Pobreza Ana Lúcia Menezes, se mobiliza pelo candidato petista puro-sangue. A nobre deputada-secretária não esconde de ninguém o desejo de concorrer a Prefeitura de Aracaju, com ou sem apoio de Foguinho. Ela fala até do potencial eleitoral obtido nos últimos pleitos e da base composta basicamente por eleitores da Capital para mostrar-se como potencial concorrente. Sem falar de outros grupos aglutinados no PT, de onde despontam José Eduardo Dutra, Rogério Carvalho, Conceição Vieira... A disputa entre os vermelhos pelo Executivo municipal promete ainda muitos lances interessantes!

Um comentário:

Anônimo disse...

Caro David. Déda e Edvaldo não rompem nem que a vaca tussa. As conveniências são muitas para uma ruptura. Principalmente para o PCdoB que não anda com as próprias pernas. Não viu o exemplo nacional com Aldo Rebelo? Mesmo depois de traído pelo PT, que apoiou o Chinaglia para presidente da Câmara, ao contrário do discurso de Lula de que apoiaria Aldo, os dois partidos continuam alinhados, com os comunistas assinando em baixo o que o PT faz. Tudo é conveniência. Sem o PT, o PCdoB volta a sua mínima insignificância eleitoral. Acabar no Irajá de novo? Nem pensar!