E.Zine 11/07 N103

DESPREZO, INCAPACIDADE A saúde municipal de Aracaju está na UTI. Vítima da herança maldita deixada por Sua Alteza Real, um rombo de mais de R$ 10 milhões, o prefeito Edvaldo Nogueira Foguinho está engessado. Postos de saúde e unidades hospitalares funcionam precariamente. Em recente inspeção técnica ao Hospital Fernando Franco (Zona Sul), o presidente do sindicato dos Médicos de Sergipe José Menezes constatou não ter a unidade condições de ser chamada de hospital. Faltariam, por exemplo, aparelho de raio-x, eletrocardiógrafo e enfermarias. Ainda segundo o clínico, no Posto de Saúde Paulo Marcos (Zona Oeste) a situação é a mesma desde quando foi inaugurado. Para piorar o clima, os fiscais da CGU (Controladoria-Geral da União) encontraram no Fernando Franco equipamentos abandonados cinco meses depois de comprados por R$ 189,5 mil. A lista, com dez itens, inclui um ventilador pulmonar para o tratamento de pacientes com problemas respiratórios. Um representante da PMA alegou pendência no controle patrimonial para justificar tamanho descaso. Também chamou a atenção dos auditores da CGU a obra de ampliação do Hospital Santa Isabel. Quatro anos e quatro meses após a ordem de serviço autorizando seu início, a obra, orçada em R$ 985 mil, está completamente abandonada, com risco inclusive de perda total dos recursos já investidos. A prefeitura preferiu não se manifestar sobre o assunto. Herança maldita, pronto-socorro que assim não pode ser chamado, falta de zelo com caríssimo material hospitalar, falta de medicamentos, falta de especialistas, obras abandonadas... O cabedal de incúrias é bastante vasto. Até quando o prefeito comunista da Capital vai continuar calado, assumindo sozinho o ônus pela incompetência dos aliados vermelhos? Enquanto isso, Sua Alteza Real prepara o caldo onde uma nova candidatura a prefeito é fermentada... FARRA DOS CARTÕES Enquanto a esmagadora maioria dos brasileiros sobrevive com poucos mais de R$ 1,0 por dia, servidores públicos federais privilegiados torraram nos últimos seis meses R$ 36,2 milhões através de cartões corporativos, superando em R$ 3,2 milhões todos os gastos efetuados durante 2006 (Correio Braziliense, 09/07). Para quem ignora, o cartão corporativo permite aos funcionários do governo federal a realização de saques ou pagamentos de rotina sem a necessidade de autorização prévia. Dados da Controladoria-Geral da União mostram a evolução dessas despesinhas desde 2004. Naquele ano, os vermelhos queimaram, fora os salários e diárias, R$ 14,1 milhões. Em 2005 foram R$ 21,7 milhões. No ano passado as despesas subiram para R$ 33 milhões. E agora, na metade do ano, já superam as de 2006. A questão é: onde e como esse dinheiro foi gasto? Sob o argumento do risco que a publicidade dos dados poderia representar para a segurança do presidente da República e também do País, tais informações são mantidas em segredo. Só pode ser piada!

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