E.Zine 04/07 N98

O QUE SERÁ QUE SERÁ? Semana passada comentamos que governos detestam CPI -VAI TER CORAGEM? (28/06). Alguns exemplos foram dados e um prognóstico feito: a CPI da Deso não seria instaurada. Pimba! Os parlamentares entraram em recesso (quinta, 28/06) espalhando as cinzas de mais uma CPI devidamente cremada. Curiosamente, a bancada da oposição, supostamente avessa à comissão parlamentar de inquérito por conta da tal "herança maldita" deixada pelo ex-governo na empresa de água e saneamento, topava a parada. Desde que as investigações fossem feitas partindo do agora, e não de dezembro passado para trás, como buscavam arregimentar alguns vermelhos tirados a espertos. Contudo, sabendo onde o calo aperta e ao sentir o forte cheiro de mais fumaça, Sua Alteza Real teria determinado: "Chega de incêndios". Toda razão seja dada ao soberano príncipe. CPI na Deso exatamente neste bom momento poderia prejudicar interesses outros. Daí a extenuante mobilização do presidente da Assembléia, o barão de Canindé Ulisses Andrade, para abafar o caso. Mas não se engane. Nada é para sempre! Do purgatório chegam mensagens aludindo a muito cimento, tijolo e concreto, dentre outros serviçinhos básicos bem aparentados... BROCHOU Era grande a esperança da população em ver o secretário Kércio Pinto endurecer no combate ao crime. Delegado da PF enaltecido por Sua Alteza Real pelo "brilhante currículo profissional", Pinto acabou revelando um lado flácido de idéias e sem ginga no manejo dos comandados. A empolgação inicial de que haveria um espetáculo de vigor na ação contra os bandidos foi substituída por um mero consolo: graças aos Céus, ainda há muros e grades protegendo o patrimônio público e privado! Nas ruas, no entanto, ninguém está a salvo da violência. Especialmente se usa como meio de locomoção o sistema de transporte de massa. Os números são da própria SSP. Até 30/06, fechando o primeiro semestre de 2007, foram assaltados na Grande Aracaju nada menos que 180 ônibus -de janeiro a dezembro do ano passado ocorreram no total 142 notificações. Que vexame! Se na metade do ano chegamos a frenesi tão perturbadoramente travador, como será até a virada para 2008? Na campanha eleitoral, o soberano príncipe criticava a falta de potência do ex-governo na manutenção da segurança, não obstante ter o estado alcançado à época os mais baixos índices de violência do Nordeste, conforme dados da Secretaria Nacional de Segurança Pública (Ministério da Justiça). Prometeu, então, mudar a política de combate à criminalidade, apoiado num "projeto" de valorização dos policiais e da estrutura básica da SSP. Como se vê, as poéticas mudanças eram apenas cantadas bregas e galanteios de cabaré, visando seduzir momentaneamente. Diante da exposta impotência, talvez fosse o caso de Sua Alteza Real mudar de tática. Se o diminuído Pinto não consegue levantar o moral da tropa, que tal apelar às reconhecidas qualidades reais de volúpia no uso da língua e assim convencer os marginais de que o violento abuso vai ter data e hora para acabar. Quem sabe eles acreditam e vão gozar com a cara de outros bestas...

Nenhum comentário: