E.Zine 06/06 N79

FORRÓ E SAMBA Não convidem para o mesmo forró Sua Majestade, o prefeito comunista da Capital e os moradores do Bairro Industrial. Os residentes do bucólico bairro estão sendo obrigados a pagar um preço muito alto pelo fato da cabeceira oeste da ponte Construtor João Alves ter sido construída no local. Os vermelhos, como todo mundo sabe, não engolem até hoje o fato de o negão ter prometido e realizado em tempo recorde a construção da ponte. Agora, relegaram ao completo abandono o bairro Industrial, especialmente as ruas que dão acesso à obra. O coração pequeno e muquirana poderia ser alegado para tamanho descaso. Mas observando uma outra obra, esta realizada pelo próprio príncipe quando esteve prefeito, tem-se outra visão. Se não cuidam nem da Orlinha do Bairro Industrial, construída como contraponto à Orla de Atalaia, pois prestigiaria um bairro da periferia, que dirá a ponte, motivo de ciúme, inveja e desdém para com o ex-governo! É a falta de visão pura e simples, tão somente. Aconselha-se ao prefeito Edvaldo Nogueira -aliás, alguém sabe onde o homem tem andado?- e ao soberano príncipe não aparecerem pelo Industrial nestes dias e noites de chuva e lama que marcam o período junino. O forró deles pode acabar em samba! MAIS UM ESPETÁCULO? O respeitável público deve estar se perguntando aonde o país chegará. Até na casa do irmão mais velho do compadre-salvador da Pátria foi realizada busca e apreensão de documentos pela Polícia Federal. E mais, o quase banguela só não acabou atrás das grades porque a Justiça indeferiu o pedido, alegando que o tráfico de influência e a exploração de prestígio praticados por ele dentro do Palácio do Planalto, onde sequer tem gabinete, não beneficiaram a máfia dos caça-níqueis e que ele não faria parte da quadrilha. Homem de sorte! Não há como negar o efeito positivo da missão da PF na imagem do compadre-salvador da Pátria. Além do próprio, saiu em busca de faturar com a quase prisão de Vavá o ministro da Justiça Tarso Genro. Da Índia, fingindo não saber nada sobre a missão da PF, o compadre-salvador da Pátria teria ficado irritado e insatisfeito com o irmão. Afirmou, entretanto, ser "capaz de duvidar" do envolvimento dele. Mas emendou, elogiando a PF: "A investigação vale para qualquer um dos 181 milhões de brasileiros. É necessário garantir a apuração". Tarso foi na mesma linha. Lustrou a ação da PF, pois ela prestigiaria o Estado Democrático de Direito e o próprio presidente da República: "Num processo republicano não existe irmão, parente". Talvez fosse o caso, republicanamente, de a PF também investigar o pagamento por uma das donas da empreiteira Andrade Gutierrez da cirurgia plástica e da estada por seis meses em Paris de Lurian e o repasse de mais de R$ 8 milhões, através da Telemar, para a falida Gamecorp de Lulinha. Ambos são filhos do compadre-salvador da Pátria. Pode não haver qualquer tráfico de influência ou exploração de prestígio da parte deles, mas como estamos na temporada de "investigações", quem sabe não seria o caso de dar uma olhadinha com mais afinco nesses mimos doados a essa proba gente. Certamente hoje, a maior parte da imprensa nacional e os membros do adulatório real vão incensar o espírito voluntarioso da PF e a isenção do compadre-salvador da Pátria, pois até Vavá está sob investigação. E se ele, irmão do homem, não escapou, imagine os demais delinqüentes... O Brasil, respeitável público, está mudando. Não há dúvida! Mas não confundam espetáculo com vida real. O tempo dirá se tudo não passou apenas de mais um teatrinho, com prejuízo momentâneo para alguns e ganhos poupudos para outros, visando somente confundir a opinião pública; ou se estamos diante de algo mais, digamos, sério! Quem viver, verá...

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