E.Zine 17/05 N65

ACEFALIA SINDICAL No início desta semana lamentamos aqui a derrocada do movimento sindical dos professores estaduais desde a posse de Sua Majestade. Outrora uma categoria aguerrida, cujos movimentos reivindicatórios e paredistas deixavam as demais representações sindicais no chinelo, hoje o magistério é representado por neopelegos. Eleitos para a Câmara Federal e Assembléia Legislativa, os professores-deputados Iran Barbosa Filho e Ana Lúcia Menezes resolveram suas vidas pessoais e abandonaram o movimento. Ele se encastelou em Brasília. Como se exilado fosse, vez por outra faz críticas pontuais a assuntos ligados à Educação, com o devido cuidado para não magoar Sua Majestade, que lhe doou dezenas de cargos. Ela, ex-sindicalista assumida, preferiu o assistencialismo da Secretaria de Inclusão Social a ter de se defrontar com as queixas dos ex-colegas na Educação. Na secretaria, a professora-deputada apenas se ocupa da sua candidatura a prefeita de Aracaju pela ala vermelha que quer ver o comunista Edvaldo Nogueira pelas costas. Tão mais emblemático é o caso do professor Joel Almeida, atual presidente do Sintese (Sindicato dos Trabalhadores em Educação de Sergipe). Seu maior sonho é tornar-se vereador da Capital, contando com o apoio de Iran e Ana Lúcia, antigos parceiros a quem ajudou a eleger. A base eleitoral de todos eles é o sindicato, parcela dos pais de alunos e boa parte dos próprios alunos. Mas os professores aos poucos passaram a enxergar as artimanhas do grupo e começam a questionar em assembléia a ausência dos professores-deputados e a dubiedade de Joel. Pressionado pelos colegas sindicalistas, Joel Almeida faz de conta que luta pela categoria. Mas, à espreita, evita criar constrangimentos para Sua Majestade. A maior prova da dualidade de intenções dele está na greve anunciada para ocorrer hoje e amanhã. É a primeira vez na história do Sintese que uma paralisação tem data e hora para começar e acabar. É como se tudo fosse um grande teatrinho, uma inovação muito bem articulada pelo professor Joel para ludibriar os professores, amansar pais e alunos, e agradar seus superiores do PT. Carentes de líderes verdadeiramente compromissados com a categoria, aos professores talvez reste apenas uma honrosa saída: afastar o professor Joel Almeida da presidência do Sintese, desocupando a moita, para que seja constituída uma diretoria provisória capaz de manter o sindicato unido e assim continuar a luta por melhores condições de trabalho, reajuste salarial condigno e, acima de tudo, por uma Educação voltada para a melhoria da qualidade do ensino público estudual. Sem essa tomada de posição dura, porém bastante justa, a categoria tende a entrar para o rol das cooptadas pelo neopeleguimo criado pelos vermelhos com o objetivo de acabar de vez com os movimentos sindicais contrários à política administrativa do soberano príncipe! É a acefalia sindical, mantida e nutrida pelo bolso do novo governo...

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