E.Zine 15/05 N63

O SILÊNCIO DOS PELEGOS Os professores da rede estadual tiveram um passado sindical de fazer inveja a outras categorias, especialmente pelos líderes aguerridos e pela força dos movimentos reivindicatórios e paredistas que preconizaram. Houve época em que se fez até greve de fome para protestar contra a política governamental para o magistério. Em outros momentos, a categoria acampou em frente ao Palácio do Governo com o mesmo fito. Hoje, os professores estão relegados à própria sorte. Os grandes líderes da categoria resolveram suas vidas pessoais (políticas) e simplesmente trocaram o ringue pela vida mansa dos gabinetes do poder. A professora Ana Lúcia Menezes é o exemplo mais trágico. Sua imagem é conhecida do grande público desde quando fez voto de jejum, passando dias em greve de fome, num momento histórico da luta do magistério sergipano. Como prêmio, os colegas e parte dos pais de alunos a elegeram à Assembléia Legislativa. Opositora ferrenha, a professora-deputada mostrou sua musculatura através da implacável verve. Mas já naquele momento, preferiu espertamente confrontar-se com o governo estadual, em detrimento da luta dos professores municipais. Evitou desgostar Sua Majestade, então prefeito de Aracaju, que lhe sobejava com dezenas de cargos na administração municipal. Reeleita para um terceiro mandato na mesma eleição que alçou o soberano príncipe ao Trono Real, Ana Lúcia Menezes desistiu dos debates calorosos na Assembléia e passou a vestir uma nova carapuça. A de executiva. Contudo, ao contrário do esperado pelo cabedal sindical e profissional, a professora-deputada não optou pela Educação, sua pasta natural, mas pela Secretaria Estadual de Inclusão Social. O líder da oposição Venâncio Fonseca, saudosista da presença crítica de Ana Lúcia Menezes, tem repetidamente exortado para que ela retorne ao Plenário, pois não pegou bem essa de preferir o "assistencialismo". Candidatíssima a prefeita de Aracaju pela ala que quer ver o prefeito comunista Edvaldo Nogueira pelas costas, a deputada-secretária (e ex-sindicalista) aplaina seus destinos efetivando na secretaria que comanda a política do "quem está comigo tem tudo!". E muitos pelegos já estão perfilados para ouvir o tilintar do bolso do novo governo. Sim, porque dar cargos é apenas uma outra forma de dar dinheiro! Um mensalão diferenciado, digamos assim. Quanto aos professores e sua luta? Que se danem! É assim que funciona o neopeleguismo instituído pelos vermelhos. É um pouco mais sutil que o peleguismo tradicional, mas não tenha dúvida o respeitável público, é tudo farinha do mesmo saco. E farinha de primeira...

Um comentário:

Unknown disse...

David Leite,
Sou administrador de empresas e empresario no ramo de lan house.
Ratifico suas palavras e vou além, não existe grupo mais ditador que o grupo dos vermelhos,se o brasileiro e o segipano bem soubesse colocaria os homens certos nos lugares certo. O que o grupo do PT bem sabe fazer? "OPOSIÇÃO" é onde eles devem estar. e não no poder.