ÁGUAS TURVAS EXCLUSIVAS No início de 2006, o ex-governo inaugurava a duplicação da adutora do S. Francisco com a promessa de acabar de vez, pelo menos até as próximas duas décadas, com o desabastecimento de água em Aracaju e cidades vizinhas no período de estiagem. No ano passado não houve interrupção no fornecimento, salvo em meados de junho, quando do rompimento de uma tubulação na antiga adutora do S. Francisco, ocasionando a paralisação do sistema. Nos demais meses, com ou sem chuva , a água fluiu às torneiras intermitentemente e limpa. Tão logo assumiu, sua majestade, o príncipe, simplesmente aparelhou a Deso (Companhia de Saneamento de Sergipe), substituindo técnicos capacitados, mesmo os sem vínculo político-partidário, por indicações suas e de aliados. Resultado: a nova turma, que não é pequena, sem experiência no traquejo de mananciais ou minimamente preparada para situações de emergência, não tem sabido lidar com a complexa administração da empresa distribuidora. Hoje, quando acontece de chegar às torneiras, a água fornecida pela Deso tem cor de chá de limão com hortelã. O sabor, no entanto, não chega a ser o da iguaria tão apreciada pela fidalguia inglesa e francesa. Mas vejam o lado bom: água potável (?) com cor e sabor só no principado de Sergipe. E só! Sertão – Já para desespero do povo pobre do alto sertão sergipano, a Deso cortou a água de Poço Redondo até onde só tinha chafariz, como nos povoados Serra do Boi, Cruz dos Homens e Travessado. O ex-prefeito do município, frei Enoque Santiago, desabafou: “Numa região em estado de emergência, onde a Defesa Civil vem pagando caminhões pipa para a distribuir água, a Deso vem e corta o pouco que tem, chegando inclusive a arrancar os canos das ruas e casas. É um absurdo”. Outra queixa do frei é pelo fato da Deso só agora “descobrir”, depois dos vermelhos, débitos de até 88 meses, com totais entre R$ 8 mil, R$ 17 mil e até R$ 20 mil. Ou seja, mesmo vendendo suas terras, muitos não conseguirão o dinheiro necessário para pagar as contas pendentes. Parte considerável delas remontando ao segundo mandato do governador Albano Franco e aos quatro anos do ex-governo. Vermelho de carteirinha, frei Enoque não resistiu: “Um Governo que não fez nada até agora e o que fez foi para penalizar os pobres, fica difícil”. E pensar que a Deso nem chega perto dos abastados. Tem gente, por exemplo, que há súculos deve a empresa, como a Prefeitura de Aracaju (R$ 14 milhões) por exemplo, e sua majestade nem está aí, nem pretende chegar! É o Governo do PT, caro frei...

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