E.Zine 25/04 N50

HAJA NERVOS Ontem, deputados estaduais resolveram deixar o conforto do plenário da Assembléia Legislativa e se embrenharam num mundo conturbado, de pessoas agredidas (física e moralmente), de completo mal-estar: o Hospital João Alves Filho. Inicialmente, foi apresentado aos parlamentares o "projeto" de reestruturação proposto pelos vermelhos como a panacéia transformadora da filosofia e dos procedimentos em uso na mais importante casa de saúde pública do estado com o fito de garantir a sonhada eficiência no atendimento. Mas ninguém, nem mesmo os mais ávidos oposicionistas esperavam por um quadro tão dantesco. A visita de "rotina" foi tomada pelo desespero de uma funcionária em pleno ataque de nervos. A mulher gritava diante de deputados aturdidos, de colegas surpresos e de uma imprensa curiosa - as cenas foram gravadas e exibidas no SE TV Segunda Edição. Dizia ela no seu desabafo: "A gente não agüenta mais. Isso está cheio, está lotado. A gente está desesperada. A gente está ‘surtando' lá dentro daquela Pediatria. É mãe xingando a gente, mãe querendo bater, criança agravando (o quadro de saúde). Está tudo lotado, tudo cheio lá (na Pediatria). A realidade está lá. Tem que mostrar é lá, que aqui ‘não'. Que aqui está limpo, está bonito, está vazio e a gente está se acabando. Eu não agüento mais". Segundo a reportagem da TV Sergipe, a funcionária teria sido agredida por uma mãe insatisfeita com o atendimento. A visita prosseguiu com os deputados e imprensa indo à Pediatria. Segundo a reportagem, lá "está o caos, superlotação, falhas no atendimento, crianças dividindo um único leito". Uma mãe reclamou que crianças com patologias diferentes estavam recebendo tratamento numa mesma maca. As cenas falaram por si. O diretor do hospital, Josias Passos, admitiu a precariedade do atendimento e buscou justificar as absurdas deficiências. Não conseguiu. Novo Hospital Infantil - É difícil para mentes comuns entender a política administrativa dos vermelhos no setor Saúde. Não bastasse a tentativa de "aparelhar" a Oncologia do Hospital João Alves Filho, substituindo profissionais com anos de experiência no tratamento de cânceres por partidários de sua majestade, os vermelhos mantêm agora, ainda fechado e à espera de não se sabe o quê, o prédio do novo Hospital Infantil José Machado de Souza. Com 50 leitos comuns, nove de UTI e oito de semi-intensiva (uma novidade no setor público estadual), o novo hospital foi planejado nos mesmos moldes dos melhores do gênero no Brasil. Possui salas de atividades especiais e de lazer para as crianças internadas por longos períodos, que necessitam da atenção de assistentes sociais e psicólogos, e acompanhamento educacional para evitar prejuízos ao ano letivo. Tem área reservada às mães, permitindo que permaneçam 24 horas ao lado dos filhos, com comodidade e conforto - a unidade é uma das primeiras no Brasil a usar esta moderna abordagem que tem se mostrado eficiente, pois ajuda a criança a se recuperar mais rapidamente. Posto em operação, terá importância estratégica no combate à mortalidade infantil, uma das Metas do Milênio das Nações Unida (ONU). Ao contrário de afirmações feitas por vermelhos de alto coturno, o ex-governo deixou em caixa 100% dos recursos para a compra dos equipamentos - por lamentável falha burocrática, não se fez licitação até dezembro, quando o prédio foi inaugurado. Dentro do planejamento do ex-governo, com a inauguração do novo hospital infantil, a malfadada Pediatria do HJAF seria desativada e no seu espaço implantar-se-ia uma nova ala de UTI (adulto), com 20 leitos e mais 30 de semi-intensiva. Dessa forma, o Hospital João Alves Filho se consolidaria como a unidade hospitalar a possuir o maior número de leitos de UTI do estado. Mas, tente botar isso na cabeça das sapiências vermelhas! ERRAMOS Na nota "O Iraque é aqui", publicada na edição de ontem, informou-se que a Polícia Militar, em confronto com bandidos no domingo, teria mandado quatro deles ao inferno. Na verdade, apenas dois foram enviados ao Reino de Lúcifer. E que lá fiquem por toda a eternidade!

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