E.Zine 26/03 N36

AS DUAS FACES DO BANESE Há dois Bancos do Estado de Sergipe (Banese). Um deixado pelo ex-governo com índices acima da média quando comparado com outras instituições financeiras públicas e privadas, premiado em vários concursos e destaque por conta de ações de alto relevo social, como o Banco do Povo. Na outra face está o Banese "achado" pelos vermelhos. Um banco à beira de um ataque de nervos, com as pernas em franga-los e incapaz de agüentar uma outra administração do ex-governo. O estorvo necessitaria até de uma reengenharia para voltar a operar dentro dos mínimos padrões de eficiência. Alguns destaques do Banese entre o final de 2002 e dezembro de 2006 para seu julgamento: segundo Melhor Banco Público do país (Revista Conjuntura Econômica da FGV [Fundação Getúlio Vargas] 2005); as ações tiveram a maior valorização na bolsa dentre todos os bancos brasileiros ( 1.357% as OM e 1.122% as AM); o lucro foi multiplicado por seis em apenas quatro anos (R$ 52,7 milhões até setembro de 2006); considerado pelo BNDES o melhor banco de micro-crédito do país pela administração eficiente e criteriosa do Banco do Povo; relatório da consultoria Austin Rating (com validade até 30/11/2007 e publicado em 05/01/2007) destaca a "elevada solidez do banco sergipano tanto no âmbito financeiro como corporativo/institucional, com efeitos positivos no crescimento e sustentabilidade do banco". Diz ainda: "...a preservação da elevada liquidez do banco (a qual se materializa em aplicações de elevada liquidez e baixo risco de crédito, representa a maior parte do ativo do banco)..." e aponta a "melhora no desempenho fiscal do seu controlador, o Estado de Sergipe". Mas, mesmo diante de evidências contrárias tão eloqüentes, os vermelhos insistem na pré-falência do Banese e começaram sua reengenharia para "viabilizá-lo" e, quem sabe até, possivelmente, privatizar. Cortaram o café, o lanche, diminuíram de R$ 100 para R$ 60 a cota de celular de cada gerente e chefe de departamento, cortaram gratificações já incorporadas, dispensaram o serviço de algumas empresas terceirizadas, diminuíram o número de lâmpadas acesas por estabelecimento e, soberana maldade, desmontaram a estrutura do mais bem sucedido projeto de micro-crédito jamais feito no país, o Banco do Povo, cuja eficiência chamou a atenção do Banco Central (do PT), que o apresentou como "case" de sucesso em painéis pela Europa adentro. Boa parte dos banesianos votaram em sua majestade (o príncipe) e agora recebem a paga por tamanha solicitude. Diziam antes que sua majestade "tinha sério compromisso com a instituição, sobejamente difundido aos pés de ouvidos". Agora, coitados, reclamam porque eram felizes e não sabiam! E vejam que a reengenharia está apenas começando. O caldo promete entornar ainda mais. E viva as mudanças...

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