E.Zine 13/03 N24

ESTACAS EM NOGUEIRA Com aliados assim, quem precisa de adversário? Esta tem sido a inquirição mais freqüente do prefeito comunista de Aracaju depois da leitura dos jornais diários ou quando lhe chega à escrivaninha a resenha dos programas matutinos do rádio. O processo de fervura em fogo brando de Edvaldo Nogueira está lhe deixando arredio. Antes um homem de temperamento moderado, fino e atencioso, o prefeito está uma jararaca. Auxiliares mais próximos recomendam até uns dias de descanso – vem aí a Semana Santa, quem sabe! – para lhe aliviar a pressão. Edvaldo já esteve algumas vezes com sua majestade o Príncipe para reclamar de vermelhos com influência junto ao grupo de colaboracionistas infiltrados na mídia, através dos quais tem sido constantemente alvejado. A conversa, aliás, sempre muito cordial e lisonjeira, acaba no mesmo resultado: estaca zero! Por falar em estaca, deve ser duro para Nogueira suportar tantas delas (de todo tipo, tamanho e padrão) encravadas diariamente em suas costas, sem dó nem piedade, até por gente que há bem poucas semanas lhe beijava fagueiramente as mãos... LIMPEZA Policial de alto calibre, respeitado pelos colegas de corporação – é dos quadros da briosa Polícia Federal – pelo estilo discreto e profissional, o delegado-secretário de Segurança Pública, causídico Kercio Pinto, tem se queixado (interna corporis, frise-se) da falta de companheirismo, coleguismo e até da seriedade de alguns membros da SSP. Para trazer a si o comando e tentar fazer a Segurança funcionar de verdade, Pinto estaria sofrendo enjôos avassaladores. Dedicado ao ofício integral e diuturnamente, encarregou policiais federais (de sua estreita confiança) trazidos consigo à SSP para monitorar as atividades de certos setores da Segurança, incluindo militares de alta patente. Munida de excelentes recursos, a equipe de Pinto já produziu dezenas de relatórios. Parte deles contendo informações inclusive sobre a vida pessoal dos "investigados". Ao mesmo tempo, delegados de carreira com anos de experiência têm sido tratados como toupeiras e designados para funções menores. Militares condecorados e de comprovada serventia à Segurança foram "afastados" do QGC (leia-se, imbuídos de postos bem longe de Aracaju) e outros (sem tantas estrelas) simplesmente foram mandados para casa – férias, licenças... Em comum, o fato de não rezarem pela cartilha vermelha nem participar do recorrente beija-mão à sua majestade o Príncipe. Sob o comando de Pinto, a SSP/SE tem sido um primor de eficiência. Em limpeza!

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