E.Zine 05/03 N17

ALERTA AO CHEFE O jornalista Giovani Allieve destrincha no Correio de Sergipe (Bastidores, 04/03) a fórmula mágica encontrada pelos jornatistas (jornalistas-petistas ou petistas-jornalistas, tanto faz) para fingir neutralidade e passar à opinião pública a sensação de dever cumprido. É quanto à expressão "Alerta ao governador Deda", cunhada para não contrariar o príncipe e dissimular denuncias de irregularidades ou deslizes administrativos do novo governo. Semana passada, por exemplo, o jornatista Cláudio Nunes (Infonet) alertou o chefe para uma licitaçãozinha, coisa boba, da Secretaria Estadual de Educação visando fazer a capina de escolas da rede pública – capina de novo, não é possível? CN constatou o fracionamento de despesa num pregão eletrônico. "Mas como supostamente o governador nada tem a ver com isso, ele precisa ser alertado", comenta Allieve, para cutucar em seguida: "Imagine se ocorresse no ex-governo? No mínimo haveria expressões como 'licitação fraudulenta', 'descalabro administrativo', 'maracutaia', 'bandalheira' e outras do gênero. Mas como se trata do novo governo, basta alertar o governador". Pois é caro Allieve e respeitável público, vivemos sob um governo imaculado. Quando algo mela, o príncipe precisa ser alertado. Afinal, errar é coisa para humanos... PRIMEIRO EMPREGO Ao contrário do programa desenvolvido pelo presidente Lulalelé, o Primeiro Emprego de Sergipe funcionou no ex-governo tendo mais de 2.500 jovens entre os 18 e os 22 anos exercido atividades visando obter experiência para o mercado de trabalho. Em nível nacional, conforme informou a Folha de S. Paulo, apenas um único rapaz conseguiu se "encaixar" num trampo. Trocou a batucada do Oludum onde tocava percussão pela cozinha de um dos restaurantes do Senac em Salvador. Agora, os quase 1.600 jovens do Primeiro Emprego sergipano estão apreensivos. Recebiam cada R$ 350,00/mês a título de ajuda de custo pagos ainda dentro do mês trabalhado. Auxiliam nas funções básicas dos diversos órgãos da Secretaria de Segurança Pública, incluindo o Hospital da Polícia Militar. A última remuneração paga em dia foi a de dezembro – no dia 23/12. De lá para cá, o andor desandou e somente depois do carnaval receberam os vencimentos de janeiro. Muitos não estão se quer conseguindo ir trabalhar. Sem direito a vale transporte e sem grana para bancar o deslocamento, para ir às repartições só a pé ou de carona. Agora o "bom" disso vem das promessas de campanha. Para conquistar a moçada, os vermelhos prometeram mundos e fundos. A garotada acreditou... SEM EMPREGO, AINDA O brilho da estrela do ex-senador e ex-presidente da Petrobrás José Eduardo Dutra pode reascender a qualquer momento. Preocupados com o ócio do ilustre vermelho, colegas sergipanos e do Planalto Central estudam uma atribuição à altura do currículo do homem, a quem se credita altíssima competência. Inicialmente, como em Brasília está cada vez mais difícil uma ocupação digna em função do número cada vez maior de vermelhos sem emprego em busca de uma nesga, a alta cúpula pensou, estudou, formulou e aguarda apenas o "de acordo" do presidente Lulalelé para resolver de vez a questão do moço devotado. O posto em voga é o de "Observador Especial do Governo Brasileiro no Iraque". Convenhamos, não será tarefa fácil. Mas nada intimida um homem com a fleuma e as boas relações de Dutra. Nem fogo cruzado. Boa sorte!