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Quarta-feira, 18/05/2011 | 09h25.
Oito ou oitocentos.
Era para ser uma história com final feliz! Mas veio o “Fantástico” (Rede Globo) e... e todos os pardais simplesmente sumiram de Aracaju. De acordo com o programa, a indústria das multas fatura – ou faturava, a bem dizer – R$ 2 bilhões por ano no País.
A empresa kopp, um dos destaques da reportagem do "Fantástico", levava 80% dos valores das multas dos pardais de Aracaju. Outra empresa, a paulista Splice, também integrava o esquema – esta, até contribuiu para a campanha do prefeito Edvaldo Nogueira.
Depois de revelado o “modus operandi” dos industriais das multas, a administração comunista de Aracaju “decidiu” cancelar os contratos. Foi louvada em longas prosas pela imprensa de aluguel – aquela cujo lupanar de quinta sobeja com cerveja gelada suas “quengas”.
A questão é que, passado o susto provocado pela bombástica reportagem, Aracaju logrou a viver ao Deus dará – é cada um por si! O trânsito, se já era um cabaré, virou a baixa zona! Sem pardais e sem guardas para controlar a esbórnia, o que era ruim, piorou demasiadamente.
Qual seria a razão de Edvaldo Nogueira não mais se interessar pelo bom andamento do tráfego de veículos na cidade? Porventura o trânsito teria deixado de ser um bom negócio para a Prefeitura de Aracaju e, por esta razão, já não comporta a “devida” atenção?
Pois é, quando não é oito é oitocentos...


Quarta-feira, 11/05/2011 | 20h25

Um estranho caso de polícia

No início do mês, a operação “Arremate” da Polícia Federal prendeu uma turma grande de empresários e leiloeiros em Sergipe, envolvida com fraudes milionárias em leilões públicos. A camarilha é acusada de “formação de quadrilha, constrangimento ilegal e corrupção”.
A malandragem era estranhamente simples, mas lograva prejuízos porque, no mais das vezes, empresas envolvidas com litígios judiciais não conseguiam pagar débitos, visto que bens arrecadados em garantia eram “leiloados” por valores irrisórios. Dos 16 presos em 04/05, talvez nem todos tenham relação direta com a quadrilha. No entanto, de acordo com o Ministério Público Federal, havia “algum tipo de envolvimento na utilização dos serviços”.
Entre os custodiados, encontra-se o filho de um respeitado jornalista, o advogado Carlos Gustavo Fiel, colega desde a faculdade de Valério César Déda, primo do desembargador aposentado do Tribunal de Justiça de Sergipe Artur Oscar Carvalho Déda, irmão do governador Marcelo Déda. Num golpe de muita sorte – até o momento, sem justificação conhecida, a não ser as bençãos celestiais! –, Valério César Déda não foi importunado pela Polícia Federal.
Sócio de Carlos Gustavo Fiel na Sergipe Leilões, o advogado Valério César Déda foi poupado dos constrangimentos aos quais seu parceiro de leilões judiciais e extrajudiciais tem sido submetido. Na manhã de ontem, por exemplo, Carlos Gustavo Fiel, acompanhado dos colegas de estripulias Geraldo Soares Dias e Ângelo Ernestro Ehl Barbosa, foi conduzido do presídio onde está ao Instituto Médico Legal para realizar exames de corpo de delito. O tempo todo, esteve de cabeça baixa.
Não se sabe ao certo o que motivou o MPF a solicitar apenas a prisão de Carlos Gustavo Fiel (e manter livre, leve e solto Valério César Déda). Certamente, alguns desajustados podem aventar algo além da mera e boa sorte. Mas num país sério como o Brasil, jamais o poder de um sobrenome ou a ligação com algum partido político poderia interferir numa ação policial, creio eu!
A Sergipe Leilões decolou como meteoro no concorrido mercado de leilões, abocanhando órgãos cobiçados da administração estadual, dentre os quais o Banco do Estado de Sergipe e a Secretaria Estadual de Educação – detalhe frugal: sempre contratada sem licitação pública! Também havia recentemente fechado um contrato com os Correios. Coisa boba...
No mundo dos leilões judiciais, o prestígio dos dois jovens leiloeiros era bastante conhecido e decantado com muita prosa. Após a chegada da Sergipe Leilões, empresas tradicionais perderam importantes contas públicas, justamente na gestão do (primo) governador Marcelo Déda.
Sobra, então, uma terrível dúvida: somente o filho do jornalista conduzia – sem conhecimento do sócio, obviamente – as safadezas que o levaram ao xilindró; ou, além de praticar os crimes dos quais é acusado, também enganou o inocente colega e amigo, que mantinha-se alheio às atividades realizadas pela própria empresa, apesar de remunerado com generoso pró-labore?
Nem sempre é possível obter respostas plausíveis para questões que assombram pela, digamos, imponderabilidade. Mas, nunca será afrontoso questionar. Assim sendo...
Valério César Déda, em foto do site da Sergipe Leilões:
convenhamos, um cabra de muita sorte!



Terça-feira, 10/05/2011 | 16h12

Um imbróglio sem fundamento

Na briga midiática entre as facções no poder, salta aos olhos a disputa pública de “egos” entre o atual mandatário de Aracaju, o prefeito comunista Edvaldo Nogueira, e aquele a quem deveria, por obrigação – ou pelo menos, por gratidão! –, chamar de “padrinho”, por tê-lo levado aonde está, o governador Marcelo Déda. Se prevalece o desamor, algo está errado...
No mês de aniversário dos 159 anos de Aracaju, a propaganda da prefeitura a comemorar a data tinha enfoque, no mínimo, pouco amigável com o “padrinho”. Dizia que “jamais se fez por Aracaju, como nos últimos cinco anos”. Pretensiosa na essência, tinha ainda o demérito de equiparar Marcelo Déda ao atual prefeito, com prejuízo claro à imagem do governador.
Nos bastidores, Edvaldo Nogueira teria sido instado a abandonar aquele “discurso de confronto” por ninguém menos que Carlos Cauê, ex-secretário de Comunicação da PMA, hoje exercendo função igual no governo. Mantidos os “ouvidos de mercador”, o material foi veiculado na mídia, sendo a posteriori complementado pelas inserções do PCdoB, na mesma linha programática.
Agora, como se em resposta ao prefeito comunista de boutique, o PT usa suas inserções de RTV para contestar acerca do verdadeiro autor das tais “transformações e realizações”, que teriam tornado Aracaju na “capital da qualidade de vida” – aliás, como bem atentou o jornalista Habacuque Villacorte em escrito recente, “hoje, então, não mais seria?”.

O começo de tudo – Tão logo se disse que Marcelo Déda estava reeleito governador, a festa da vitória – inclusive, organizada ainda na madrugada do domingo eleitoral – serviu para que petistas, alguns de alto coturno, fizessem queixa pública pela triste derrota do partido na capital. Para não haver dúvida sobre a quem se atribuía o feito, Edvaldo Nogueira foi impedido de discursar por uma enxurrada de vaias. Teria havido na comemoração dos 159 anos de Aracaju o troco?
A briga de “egos” entre o PT e o PCdoB pode até não desaguar em algo mais sério, como a perda do comando da PMA pelo grupo supostamente liderado pelo governador Marcelo Déda. Mas denota, sem dúvida, que o poder político do governador anda alquebrado, desnutrido, acanhado.
Seria o início do fim de um reinado basificado somente no discurso? Sim, porque convenhamos, juntando as “obras” realizadas por esta turma na última década, somente uma – feia, por sinal – vem à luz: o viaduto! Ou seja, a briga de “egos” é, na verdade, uma briga por nada. Nada importante...










Quinta-feira, 5/05/2011 | 22h35
O Brasil e suas excentricidades...
O Brasil já cansou de saber que é o único país no mundo a produzir a jabuticaba  (ou jabuticabeira), árvore frutífera nativa da Mata Atlântica – relembro bem, no sítio da minha família, desde muito cedo, ainda um guri danado, esbaldava-me nas doces e maduras jabuticabas, colhidas em pequenos gomos nos galhos frondosos de uma centenária jabuticabeira...
Em “O Dia em que Getúlio Matou Allende”, emocionante novela política totalmente baseada em fatos reais, livro que recomendo, o jornalista Flávio Tavares descreve sobre o excêntrico “golpe militar no golpe militar” aplicado pelo general Henrique Teixeira Lott, então ministro da Guerra de Café Filho, vice-presidente que assumiu o poder com o suicídio de Getúlio Vargas – neste ínterim, Juscelino Kubitschek e João Goulart foram eleitos presidente e vice, em votação muito apertada.
O ano é 1955, mês de novembro. O presidente da Câmara dos Deputados, Carlos Luz, assume a Presidência da República em substituição constitucional a Café Filho, morto em 2/11/1955 de um ACV. Tocado pela “mosca azul”, Carlos Luz resolve aderir ao golpe em andamento para impedir a posse dos eleitos, sob alegação – ilegal, pois a nem a Constituição nem a Lei Eleitoral discorriam sobre o assunto – de que estes não haviam alcançado a “maioria absoluta” dos votos.
Para assegurar a posse dos mais votados pelos eleitores, num gesto de fervoroso apego à legalidade e ao ritos constitucionais, o general Henrique Teixeira Lott mobilizou o Exército e aplicou um golpe “preventivo” nos empanados golpistas – os líderes militares da Marinha e Aeronáutica, e setores da imprensa ligados ao inescrupuloso jornalista Carlos Lacerda. O resto é História...
O Brasil segue produzindo excentricidades...
Em Sergipe comanda a prefeitura de Aracaju um antigo militante comunista. Membro do politburo do PcdoB, Edvaldo Nogueira foi reeleito para o cargo em 2008, após tê-lo recebido de bandeja de Marcelo Déda, e hoje enfrenta queixas e mais queixas pela insossa administração que pratica.
O elemento mais notável da gestão de Edvaldo Nogueira, em voga por aí, tem sido o próprio prefeito. Filho de pessoas humildes de Alagoas, ex-estudante de Medicina que resolveu abdicar dos estudos para viver da política profissional, um sujeito que até então nada possuía de requintado, caiu no gosto burguês, aderindo às roupas e perfumes de grife, aos restaurantes e vinhos caros.
Encarnação esnobe do “comunismo de boutique”, Edvaldo Nogueira suscita certo cabuloso destino galgado pelos políticos que, como ele, assumiram postos-chave sem qualquer cabedal eleitoral. Wellington da Mota Paixão, por exemplo, nem vereador conseguiu se eleger. João Augusto Gama, mais sensato, sequer tentou. Edvaldo Nogueira conseguirá, ao deixar o cargo em 2012, eleger-se para alguma função pública, após não conseguir eleger a ex-mulher como deputada, tendo às mãos o aparato do poder?
Eis aqui, quem sabe, mais uma dessas jocosas excentricidades nacionais: ao contrário dos demais ex-prefeitos, o pomposo prefeito Edvaldo Nogueira “se fez”! Hoje, casado com a herdeira de um dos maiores impérios empresariais e reverenciado como “nobre” pelos cartéis do lixo e transporte – sem esquecer os generosos industriais das multas –, talvez possa ele contar com este repastado conjunto de forças para, quem sabe, eleger-se, ao menos, vereador! Afinal, eleição é coisa cara...
Edvaldo Nogueira poderia, assim, passar à História como o menino pobre alagoano que sonhou com um mundo onde “todos fossem igual, vivendo cada um segundo suas necessidades”; mas que deu a volta por cima, elegendo-se prefeito com apoio indispensável do padrinho Marcelo Déda; casou-se com o capitalismo de direita; aliou-se ao mais comezinho dos poderes, o econômico-financeiro; aderiu ao modus vivendi dos ricos (e famosos), vindo a tornar-se expressão máxima de elegância e sofisticação do proletariado burguês, ainda que declarado comunista.
Uma história bem brasileira, convenhamos! Como a jabuticaba...

Edvaldo Nogueira com o chefe do PCdoB nacional João Amazonas,
nos tempos idos em que o prefeito comunista
ainda era grande apreciador de pinga e cerveja Brahma.


Terça-feira, 03/05/2011 | 20h58
Recado do amigo César Gama acerca da triste morte de OBL
Caro amigo David Leite,
é lamentável que você se manifeste dessa maneira em relação à questão Bin Laden. Também não se deixe parir pelos ouvidos da mídia imperial. Bin Laden era sim, um criminoso, mas os maiores criminosos ainda estão vivos e no poder político, determinando genocídios, a exemplo de George Bush, de Dick Cheney, do primeiro ministro israelense, de Putin, da marionete que atualmente acha que governa os Estados Unidos, etc.
Na realidade, os maiores criminosos do planeta apenas se livraram de um dos seus concorrentes, aliás dos mais inofensivos se comparado com tudo o que essa corja representa e tem feito em se falando de crimes contra a humanidade.
Duas pequenas informaçōes: você sabia que o 11 de setembro, com as torres caindo em verdadeiro show de implosão, pode não ter sido obra de Osama Bin Laden, mas apenas pretexto para a quadrilha da elite econômica americana se apossar ainda mais do quinhão do petróleo dos árabes no oriente médio?
Você sabia que vários físicos iranianos têm sido nos últimos meses sistematicamente assassinados pelo Mossad israelense, homens comuns, com suas famílias simples, mortos a mando do governo judeu porque simplesmente trabalham para o projeto nuclear iraniano? Está na hora de você rever seus conceitos de homicídio.
Um abraço,
César Gama

Comento...
A lógica adotada por César Gama é que bandido bom é bandido vivo? Bem, temo que bandido que resiste à prisão possa acabar morto, sim! Ou será que o nobre filósofo, professor-biólogo e jornalista acha que o carteiro uniformizado deveria levar à mansão de OBL, em frente a uma academia militar, a intimação para ele comparecer à delegacia do bairro “a fim de prestar esclarecimentos”?
Os outros “vagabundos” citados por César Gama, os tais “bandidos bem mais perigosos”, poderiam também tomar o mesmo destino. Para mim, tanto faz! Alguém se habilita a fazê-lo? Talvez César Gama disponha de aparato suficientemente capaz de executar missão “tão delicada”. Certamente não agiria sozinho. Há pessoas com o mesmo escopo fidagal também dispostas, creia...
Essa tal de conspiração para derrubar as torres, acusar OBL e ficar com o petróleo cabe bem nas telas de Hollywood. Não vejo mal algum em gastar dezenas de milhões de dólares com a operação de implosão de dois gigantescos edifícos no meio da maior cidade da América, se o que virá depois, em consequência das estripulias norte-americanas no Oriente Médio, seja o maior aumento de petróleo da História, fator elementar no déblaque da economia mundial. Bata-me um abacate com mel e limão, por favor...
Se o Mossad executa cientistas iranianos, deveria também executar políticos iranianos que se arvoram a defender o armamento nuclear para “tirar Israel do mapa”. Teria mais proveito e faria um grande serviço ao planeta. Talvez o serviço secreto israelense, afeito à eficiência, até pudesse incluir na lista de “executáveis” alguns políticos ladrões made in Brazil que desfilam por aí de bons moços, incluindo certos esquerdistas dotados de crônica sem-vergonhice – os da direita já estão quase mortos!
Enfim, a mídia pariu muitos “ratos” hoje e isso deixou alguns corações agitados. César Gama, sempre afeito a nunca deixar passar a vida sem uns bons berros, apenas acrescenta ao debate o que de fato ele (o debate) tem de mais honesto: uma baboseira sem tamanho, agigantada pelas cabeças ocas de um mundo cercado de idiotas por todos os lados... Que morram outros OBL.
Grande abraço, ilustre amigo.
David Leite

Terça-feira, 03/05/2011 | 15h33
Foi-se o traste Osama Bin Laden
O mundo é mesmo estranho... Aliás, esse projeto de bicho “civilizado” chamado ser humano é que carece, pela complexidade, de elementos para ser plenamente entendido, apesar de todos os esforço logrados pela secular antropologia e, mais recentemente, pela filosofia sociológica.
O mundo ocidental – e parte do outro lado do mundo que também se ofende com matanças generalizadas, como as orquestradas por terroristas islâmicos e por terroristas de todos os matizes ideológicos, incluindo os “religiosos” – vibrou com a morte do sanguinário OBL.
Na contramão, a imprensa mais à esquerda e pensadores esquerdistas analisam a validade do uso da força extrema para “vingar” atos de agressão (e até comemorá-lo em praça pública), como se terroristas fossem dados à ponderação sobre o destino das vítimas covardemente atacadas.
A falação ética sobre “a forma” como foi conduzido o assassínio de OBL, com transmissão ao vivo para o Gabinete Presidencial na Casa Branca, é uma dessas discussões sem futuro: o terrorista era perigoso, destemido e, para contrariedade de certos corações, era, sim, um criminoso frio e calculista.
Quem se mete com o crime está sujeito ao rigor das leis, atualmente bastante amparadas na Declaração dos Direitos Humanos, diga-se; mas vez por outra, no face-to-face com o aparato policial, é difícil escapar da artilharia. Morrer em combate, portanto, é “normal” para um bandido.
A crise entre os radicais islâmicos pode até ganhar mais lenha com a morte de OBL, cujo corpo agora descansa sobre centenas de metros de lâmina d'água em algum oceano. Mas, convenhamos, livrar o planeta de almas sebosas como ele justifica qualquer desatino, inclusive o assassínio!
É idiotice afirmar que os norte-americanos ficam, assim, livres para matar qualquer um que com eles se meta (em alguma parte do mundo). Não devemos esquecer que no Brasil, até meses atrás, havia um governo apedeuta que apoiava as FARC, o grupo guerrilheiro composto por milícia civil armada pelo clandestino Partido Comunista Colombiano. Então, cada pé com seu calo...
Hoje, muitos choram a morte de OBL; outros enaltecem a ação dos EUA. Que mundo mais estranho, com cabeças tão divergentes... Não que isso surpreenda, afinal é desta criatura capaz de eliminar contrários que aqui se discorre. Algum dia seremos de fato civilizados? Difícil...

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Sexta-feira, 29 de Outubro de 2010 | 11h55
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...Um dia a casa cai... (Ou a caixa-preta do PT)
O governador Marcelo Deda dizia a boca larga que “a caixa-preta do Sebrae (durante a gestão de Zezinho Guimarães) deveria ser aberta”. Teria coragem Ele de dizer o mesmo acerca da caixa-preta do PT? Talvez, muito provavelmente, este assunto não lhe interesse...
Ontem, a imprensa publicou ter o Ministério Público Federal denunciado o ex-presidente e o ex-tesoureiro do Partido dos Trabalhadores em Sergipe, Severino de Oliveira Bispo e Usiel Rios. Motivo: os danados, petistas históricos, “sumiram” com R$ 25 mil sem devidamente explicar “a destinação regular da verba nem comprovar o gasto”.
O dinheiro gatunado pela dupla era público, sendo repassado ao PT através do Fundo Partidário, criado pelo Congresso Nacional para financiar as atividades executivas dos partidos –escritórios, pessoal, comunicação, etc... Como toda verba pública, precisa haver a prestação de contas regular, no caso ao Tribunal Superior Eleitoral.
De acordo com o procurador, parte das verbas encaminhadas ao PT em Sergipe, referentes ao ano de 2004, não tiveram justificação (comprovantes de gasto), razão pela qual foram reprovadas pelo Tribunal Regional Eleitoral. Outra inquietação provocada no MPF/SE é que contas de 2003 foram pagas com recursos de 2004, o que é proibido por lei.
Dinheiro público e petistas parecem compor uma combinação bombástica. Severino Bispo e Usiel Rios são da turma patrocinada pelo presidente nacional do PT, José Eduardo Dutra –aliás, esse rapaz tem cada amigo: lembra do tal Gaguinho que sumiu com R$ 1 milhão dos colegas de sindicato e, à época, era assessor do então senador sergipano José Eduardo Dutra?
Usiel Rios hoje é presidente do Diretório do PT em Aracaju e responde, pasmem!, pela Diretoria Financeira da Cohidro, órgão do governo Marcelo Deda. Caso seja condenado, juntamente com o colega de maracutaia Severino Bispo, podem ambos pegar até cinco anos de xadrez. Eta...

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Segunda-feira, 25 de Outubro de 2010 | 13h46
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“O cargo é meu”, grita o aliado!
Normal que seja assim! Quando um novo governo se forma, os aliados, cujo papel julgam ter sido preponderante para a vitória do grupo, buscam importantes espaços na estrutura administrativa. A disputa por cargos, sobretudo os de primeiro e segundo escalão, já teve início antes mesmo de começar o segundo mandato do governador Marcelo Deda.
O mais afoito dos aliados governistas em busca das “boquinhas” é o nobre deputado federal Jackson Barreto, eleito vice-governador. Não por caso, o ficha suja prega uma “limpeza” no quadro de secretários e assessores nesta nova gestão do PT. Ainda aconselhou Marcelo Deda a ficar de olhos abertos para as “traíras” ocupantes de cargos considerados por ele estratégicos.
Qual motivo levaria o bom moço, ex-prefeito de Aracaju cassado por corrupção –ainda estão em julgamento no STF vários processos por peculato e improbidade administrativa–, a antecipar-se tão na madruga em busca dos tais “cargos estratégicos”? A resposta é simples: JB ficará sem mandato de federal em dezembro e, coitado, não conseguiu eleger seu candidato a estadual.
A “família” do inesquecível futuro vice-governador –e, ocasionalmente, governador interino de Sergipe até 2014– é imensa. Vejam que seus “parentes” já ocupam cargos na Prefeitura de Aracaju e no governo Marcelo Deda. Mas, ele quer mais... Do contrário, como “encaixar” os inúmeros cabos eleitorais hoje lotados no seu gabinete em Brasília?
Por outro lado, a derrota de Robson Viana, sobretudo em Aracaju, é sinal claro do irrecuperável desgaste do outrora imbatível (e infalível) fenômeno eleitoral Jackson Barreto. Se não conseguiu ao menos eleger um “simples” deputado estadual, pode-se concluir: apadrinhar postes, na esperança do povo eleger qualquer um que ele indique, é coisa do passado! Triste fim...
Mas nem tudo está perdido para Jackson Barreto. Ele dispõe de uma lista com centenas de nomes de “traíras” a terem as cabeças decepadas, tão logo sejam iniciadas as negociações para compor o novo governo. Claro, ele também possui a sua própria extensa lista de indicações: são (muitos) amigos e amigas, a quem ele quer assegurar, não fiquem desemparados ou sem guarida.
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O Negão ainda incomoda – O nome mais doce para Jackson Barreto, aquele que não lhe sai da boca, é o de João Alves Filho. O nobre futuro vice-governador tem coceiras homéricas, dizem que até em locais inconfessáveis, sempre que relembra da vitória do ex-governador na Grande Aracaju. Outrora manda-chuva da capital, JB não tolera ter sido “passado para trás”.
Aliás, bem ao gosto do cujo, o ficha suja disse que o Negão deveria comprar uma chupeta e parar de chorar o leite derramado, pois perdeu mais uma eleição em primeiro turno para Marcelo Deda. O Negão, claro, discorda... Ademais, a vitória na Grande Aracaju antecipa o fim do longo e incompetente reinado da esquerda festiva na capital (e nos municípios circunvizinhos).
Quanto à chupeta e ao “leite” derramado? Bem, nestes quesitos JB é mestre...

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Terça-feira, 19 de Outubro de 2010 | 21h58
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Jackson Barreto governador?
O presidente nacional do Partido dos Trabalhadores, o sergipano José Eduardo Dutra, sempre demonstrou grande afeição pelos conterrâneos. Quem não recorda dos caudalosos discursos proferidos por ele quando esteve senador, a tratar das belezas de Sergipe e a decantar as virtudes da terra que o acolheu como se filho fosse? Não lembra? Nem eu...
Cortez e gentil como um parto por fórceps, amigo generoso e protetor –o escandaloso assessor dele, Zé Gaguinho, sumiu com R$ 1 milhão dos colegas de sindicato e ficou por isso mesmo–, patrono de mensaleiros, alçados de volta às altas instâncias do partido, José Eduardo Dutra será homem forte, caso Dilma Rousseff seja eleita presidenta – como ela prefere ser chamada!
O sonho de José Eduardo Dutra é a Casa Civil. Pretende implantar por lá, sem qualquer pretensão aleivosa, o que José Dirceu não conseguiu... nem Dilma Rousseff e muito menos Erenice Guerra, que caiu antes. Outra quimera do poderoso presidente do PT é fazer de Marcelo Déda líder com potencial político nacional, quadro de referência do partido –ungido, aliás, pelo compadre-presidente Lula da Silva.
José Eduardo Dutra, aquele “geólogo” sindicalista que nunca trabalhou na vida, trabalha agora duro para emplacar o governador reeleito de Sergipe –reeleito a duras penas e com muito, muito... deixa para lá–, o querido amigo Marcelo Deda num importante ministério. Em princípio, almeja aparelhar o das Cidades, que tem verbas específicas para projetos cuja amplitude dão visibilidade.
Trocando em miúdos: se para o Brasil a eleição de Dilma Rousseff representa um grave risco às liberdades e direitos constitucionais, como ter uma imprensa livre, e a continuidade de um modelo administrativo que privilegia não a meritocracia, mas a filiação partidária; por outro, Sergipe pode ser vítima do maior estelionato eleitoral de toda a história política republicana.
Na eventualidade de Marcelo Deda ser guindado, com Dilma Rousseff eleita presidenta, à chefia de algum ministério, assumiria em lugar dele ninguém menos que a figura lendária do deputado federal Jackson Barreto, eleito vice-governador. Imagine o que poderia ocorrer aos cofres públicos sergipanos, se as chaves de acesso estão penduradas na arreata do ficha suja!
Votar em Dilma Rousseff, portanto –até que se esclareça se há ou não fundamento nessa informação, que já circula nos meios petistas de Brasília e, a boca cerrada, também em alguns recantos sergipanos–, pode ser gravemente perigoso para a saúde financeira do Estado de Sergipe.

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Segunda-feira, 11 de Outubro de 2010 | 00h45
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“Lição das urnas”
O título surrado desta pendente reflexão adveio-me em acato à sugestão medonha do jornalista-professor, mestre Luciano Correia, serrano da gema, fundador do PT em Itabaiana, ora no conforto de Madrid, Espanha. Calha por aludir à chacota fanfarrona –no caso de quem o sugeriu, sem pudor; e para este charco oposicionista, por evocar, digamos, a incômoda questão da liberação da massa... a encefálica!
Uns 35 anos atrás, o País ainda dormia e acordava “com seus apocalipses mais totais. E suas utopias radicais”. Éramos, os brasileiros sonhadores, “Os outros românticos” de Caetano Veloso. Contra a ditadura, agitavam-se bandeiras expondo a mordaça à imprensa, o garrote na oposição, a falta de emprego e a educação em frangalhos. Garotos, como eu, viam tudo através da janela...
Bem lembrou Luciano Correia (Folha da Praia, edição 793) de um daqueles líderes contrários à tirania dos anos 1970. O cujo não dispensava os efeitos alucinógenos da Bagaça oferecida pelo professor Maceta num quintal da princesinha serrana. Fecha agora, após oito longos anos, um ciclo de poder de onde, segundo o próprio, foi parido “este país chamado Brasil”. A Era Lula da Silva jamais será esquecida!
Em Sergipe, o estresse pós-traumático ainda provoca indisposição gástrica. Marcelo Déda venceu a eleição, é verdade. Mas recorreu ao Inferno para fechar a parca vantagem. Quem teve em seu favor o apoio de 71 prefeitos, lideranças, o indiscreto queixume do compadre-presidente –“Vou foder o João Alves Filho, custe o que custar”–, a força das máquinas federal e estadual, e todo o poder econômico... por pouco não saiu desmoralizado.
Diante da fatalidade das urnas, a Marcelo Déda restou somente recuar! O mito do invencível jaz alquebrado, ferimentos a vista, após a derrota na nesga de Sergipe que raciocina. Perdeu Ele, perdeu também Dilma Rousseff na Grande Aracaju. Ao governador reeleito incomodou sobremodo a liberação da massa... a encefálica!
Em 2006, Marcelo Déda ancorou-se no padrinho Lula da Silva para eleger-se com a promessa de promover A Mudança. Ao admitir depois de reeleito ser a saúde pública ainda “grave problema”, devolveu a João Alves Filho o distintivo da verdade, cassado durante a campanha. Antes de admiti-lo, no entanto, o Governo da Mudança para Pior já se havia desmascarado! Onde rádio, TV e internet alcançam, a estripulia do PT foi reprovada! Quem não precisou reverenciar Lula da Silva, enxotou o compadre Marcelo Déda, e de quebra, Mãe Dilma Rousseff –aos números do TSE:

Dos sergipanos da Grande Aracaju, com acesso ao debate político, 197.999 deram duro recado a Marcelo Déda através de João Alves Filho, político cujo grande adversário é ele próprio: a propaganda mentirosa, o discurso fácil e a engambelação administrativa já não mais funcionam. Eis a “lição das urnas”.
Marcelo Deda engavetou o sorriso! A ausência dele no primeiro programa de TV de Dilma Rousseff neste segundo turno é sintomática. Todos os demais governadores reeleitos em 03/10 falaram. Menos Ele. Iria dizer o quê? Melhor calar-se. A derrota na Grande Aracaju (23.369 votos pró-José Serra) ainda grita: “Nada será como antes, amanhã...”.
Lula da Silva vai embora em dezembro, para sorte do Brasil honesto, que rejeita a mordaça à imprensa, o garrote na oposição, a falta de emprego, a educação em frangalhos e o “grave problema” entranhado na saúde pública. Em Sergipe, Marcelo Déda assegurou ao PT porto-seguro por mais quatro anos. Mas ainda há chance para evitar que esse mal intencionado projeto de poder permaneça a locupletar a Presidência da República.

José Serra neles...