QUEM REMEDIAVA, VÊ-SE AGORA PRECISANDO DE REMÉDIO... E DOS FORTES
Estudante secundarista na antiga ETFSE, aos 16 anos ingressei no PCB, onde fiz bons amigos e tive grandes mestres. Era um tempo de abertura política e o Homem Cavalo – João Batista de Oliveira e Figueiredo – inda era presidente da República. Vez por outra, em tom de ironia, eu ouvia meus amados camaradas comunistas dizerem: “A burguesia tem seus encantos”. Detalhe: me curei dessa doença política; comunismo nunca mais!
Em retrospecto, contudo, aqueles homens e mulheres soam algo como profetas. Tão logo ascendeu ao poder, a esquerda lambuzou-se no mel da corrupção, com o auxílio luxuoso da elite nacional, e a Justiça trancafiou parte da cúpula política e do empresariado em meio a Operação Lava Jato, espécie de “Redentora do Brasil”, aquela que salvaria o País das garras dos maus políticos. Os encantos da burguesia foram além dos limites da legalidade, provado ficou!
Tudo parecia bem, os adversários estavam devidamente encarcerados, até surgirem os vazamentos de conversas nada republicanas mantidas pelo intrépido ex-juiz federal Sérgio Moro com membros do MPF (Ministério Público Federal) ligados à Lava Jato. Tudo indica, havia um conluio entre eles, meio pelo qual buscavam um fim glorioso e bem arrumadinho para a faxina política. Porém, algum descarado resolveu atrapalhar! “Capturou” o celular do Caçador de corruptos, e pimba! Estava tudo lá…
Prato cheio para os burgueses da esquerda, saudosistas dos “bons tempos”, partirem para a detratação do hoje ministro da Justiça do presidente Jair Bolsonaro. Já tem gente na imprensa pedindo que ele renuncie ao cargo. Não sem razão, obviamente!
Os inocentes do Leblon se perguntam “Que país é esse?”, enquanto a turba do forró universitário responde “É a porra do braziU”. Nada como um dia atrás do outro. A hashtag #VazaJato bateu o top trends no Twitter. Até agora, a turma de Brasília está na moita, mas só na aparência.
Aqui com os meus botões, me questiono: “Afinal, quem vai lavar a sujeira da Lava Jato”? O que mais virá por aí?
Quando Dilma Rousseff, no pleno exercício da Presidência da República, teve conversas com Lula da Silva expostas ao público, falou-se em erro e houve até pedido formal de desculpas após queixas do STF. Não era erro, sabemos hoje. Era pilantragem pura! Agora, o MPF e Sérgio Moro se dizem vítimas de criminosos por terem tido conversas íntimas [e muito impróprias às funções de juiz e promotores] expostas à luz!
“Olho por olho, dente por dente”, nestes tempos de Velho Testamento? Talvez, talvez! Quem com vazamento fere, com vazamento pode ser ferido…
O fato é que, vejam a ironia da vida nesta Terra redonda e carnavalesca, quem antes remediava o mundo, vê-se agora precisando de remédio... e dos fortes!

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