DISCURSO PETISTA SE RENOVA COM O MAIS DO MESMO
O intelectual e senador pelo Partido Democrata americano Daniel Patrick Moynihan disse certa feita que “qualquer um tem direito à própria opinião, mas não aos próprios fatos”. Isso me faz lembrar do tal #LulaLivre, que vem a parecer com aquilo que o genuinamente culto em termos de volume de conhecimento, mas desprovido de sabedoria e de inteligência emocional, Olavo de Carvalho, denominou de “paralaxe cognitiva”.
Quem, como eu, aprecia o estudo leigo da astrofísica, sabe que paralaxe é a diferença na posição aparente de um objeto visto por observadores em locais distintos. Na visão do filósofo e guru da família Bolsonaro, essa discrepância cognitiva refletiria “o afastamento entre o eixo da construção teórica e o eixo da experiência real enunciado pelo indivíduo”.
Na era da pós-verdade, o racional perdeu força e a emoção passou a dominar a cena política, auxiliada luxuosamente pelo “viés confirmatório”, um tipo de orientação cognitiva – um erro de raciocínio indutivo, de fato! – que se traduz na tendência de buscar informações e reagir apenas a pensamentos confirmatórios das crenças ou hipóteses nas quais a pessoa acredita.
Resumindo, a narrativa petista tenta transformar um político preso num preso político, ignorando os fatos e a realidade jurídica plenamente referendada pelas instâncias superiores, mesmo que eu também ache que a condenação de Lula da Silva no caso do triplex do Guarujá (SP) tenha sido feita com base no achismo, não em provas e evidências concretas. O antológico “Lula tá preso, babaca” segue sendo a verdade histórica, e ponto!
Enfim, esta é só outra das minhas divagações filosófico-etílicas, depois de uns goles de um tinto francês de boa cepa, para alertar que o discurso petista se “renova” com mais do mesmo. Vem aí a segunda edição do Festival Lula Livre, com atrações de peso do mundo musical – já devidamente alcunhado de “Lulapalooza”. Amarrado a essa agenda, o PT tem uma âncora que o impede de avançar. E olha que chances ele teve de reavaliar sua política e passar a fazer oposição inteligente e com responsabilidade.
O “Lulapalooza” é apenas mais um desses recorrentes eventos de e para socialistas de i-Phone, realizados com os únicos objetivos de reunir a turba a fim de manter a manada unida, fazer belas imagens para o Jornal Nacional e para a propaganda de internet – e, obviamente, turbinar a degustação de cerveja e pinga barata [agora sem o poder], afinal ninguém é de ferro, gente! É o fabulário geral do delírio cotidiano, como diria o impagável e genial Charles Bukowski.
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Publicado originalmente em http://bit.ly/jlpdmilk250519



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