PROREDES
TEM
CAUSADO MUITO CHILIQUE
NA
IMPRENSA SERGIPANA E NO GOVERNO
Semanas
atrás, ouvi dum importante líder político local uma assertiva
instigante: “Evito ler os jornais sergipanos porque não me
acrescem nada.” Pensei comigo tratar-se de coisa de quem não sabe
conviver com a crítica. Passados uns dias, proferia uma palestra
para alunos de Comunicação e os questionei acerca da “qualidade”
da imprensa – não falava especificamente sobre Sergipe, mas calhou! Mais de
70% disseram evitar a leitura de jornal e ouvir rádio porque a
internet fornecia melhor conteúdo informativo. O restante não tinha
conceito formado.
Pessoas
distintas com interesses diversos e até antagônicos pensando a
mesma coisa sobre a “qualidade” da imprensa sergipana? Aí tem
coisa! Leia-se por “qualidade” não apenas o conteúdo, mas
também a credibilidade. Eis os fatos: o jornalismo impresso de
Sergipe envelheceu antes de se integrar a Era da Comunicação e
muitos profissionais fazem “bico” (como
assessores)
para complementar os baixos salários; já o rádio, aglutinou em
algumas emissoras uma corja de bandidos disfarçados de comunicadores
sociais, que atuam a soldo de quem paga mais. Como poucos fazem
jornalismo de verdade, a isenção dos veículos tem sido corroída.
É
neste cenário que abro os jornais deste domingo e deparo com uma
hilária saraivada de tiros de festim contra a oposição. O Programa
de Fortalecimento das Redes de Inclusão Social e de Atenção à
Saúde (Proredes), financiamento de 100 milhões de dólares do BID e
40 milhões de dólares em contrapartida do Governo do Estado, causa
chilique nos “formadores de opinião”. Os ataques mais
rocambolescos se dirigem ao líder oposicionista Eduardo Amorim, cuja
pré-candidatura à sucessão governamental assusta os entranhados no
poder.
As
palavras escritas contra o senador do PSC fariam rir pelo
despropósito, não estivessem banhadas em ódio e ira. Pior é
constatar a incapacidade da imprensa de fazer uma conta simples: até
2007, o endividamento total de Sergipe somava R$ 820 milhões. De lá
para cá, a dívida cresceu a galope de cavalo marchador. Soma agora
mais de R$ 3 bilhões! Ainda assim, com a cara mais lavada do mundo,
querem mais R$ 250 milhões sem explicar como foram torrados R$ 2,2
bilhões, o equivalente a 10% do PIB sergipano de 2012. Antes de
fazer festa com o dinheiro público, o governo sergipano precisa “se
limpar” com a sociedade.
Independente
da querela sobre afinal onde estaria a bilionária fortuna, a
oposição aprovou na Alese o Proredes. Contudo, nada mais justo que
também apresentasse sugestões ao projeto na forma de emendas
parlamentares. Pra quê? Os governistas chiaram. A imprensa
descabelou-se. O governador Jackson Barreto já avisou que vai vetar
tudo, incluindo as emendas que favorecem a Prefeitura de Aracaju,
encaminhadas a pedido do prefeito João Alves Filho. A bancada da
oposição já prepara o veto ao veto do governador.
Noutras
palavras: a luta continua! Muitos ansiolíticos
ainda serão ingeridos. Aguardem... | Clique na foto para ampliar.
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Por
David Leite © 2014 | Reprodução permitida, se citada a fonte.
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