O “MAIS MÉDICOS” É SÓ OUTRO ENGODO POLITIQUEIRO
O Brasil é o país do fingimento. O governo finge a governança e o povo finge acreditar que há governo! Os políticos fingem dizer a verdade e o povo... bem... Vejamos essa patifaria política e eleitoreira chamada “Mais Médicos”, outra fantasiosa criação do governo do PT.
Não há dúvida quanto à extrema necessidade de serviços de saúde eficientes, sobretudo no interior. De fato, o número insuficiente de médicos e a falta de medicamentos comprometem a qualidade do atendimento oferecido à população. Segundo o Ministério da Saúde, há 1,8 médicos para cada grupo de mil brasileiros. Na Argentina, são 3,2 médicos por mil habitantes; no Uruguai, 3,7. Pelo menos 700 municípios brasileiros não têm um único médico residindo na cidade, e 1.900 têm menos de um médico para cada três mil habitantes (na atenção básica). Para chegarmos à média do Reino Unido, que possui 2,7 profissionais para cada grupo de mil habitantes, o Brasil precisaria ter mais 168.424 médicos.
Às questões: por que os governos – sobretudo o Governo Federal – não conseguiram efetivar a interiorização dos médicos? Profissionais de outras nações resolverão o problema? Seriam os médicos brasileiros pessoas preguiçosas, desumanas e desinteressadas pela saúde do povo? A resposta é bastante simples: falta estrutura! Mesmo que se pague um salário justo e o médico esteja de plantão num hospital ou posto de saúde, nada poderá fazer se faltam equipamentos e até medicamentos, como um simples soro...
Os marqueteiros a serviço do PT consideram o “Mais Médicos” a redenção à combalida imagem pública da governanta candidata à reeleição, especialmente após as manifestações populares. Contudo, certo está o senador Eduardo Amorim, médico anestesiologista de profissão, quando diz que “a infraestrutura precária do sistema pode prejudicar e até tornar inútil o trabalho dos médicos estrangeiros”. Trocando em miúdos: sem investimentos em equipamentos, remédios e pessoal de apoio, restará ao doutores importados apenas imitar os colegas brasileiros – olhar para os pacientes e encaminhá-los ao local com atendimento razoável mais próximo.
Não é à toa que as emergências médicas de todas as capitais estão sempre abarrotadas. Aliás, hospital com maca no corredor virou cena comum. A ausência de leitos hospitalares é crônica no Brasil. Dados do IBGE indicam que em 2002 havia 2,7 leitos para cada mil brasileiros; em 2005 caiu para 2,4 e no ano passado a taxa ficou em 2,3. A Organização Mundial de Saúde recomenda que esse número fique entre 3 e 5 leitos por mil habitantes. Naturalmente, houve aumentou substancial da população, sobretudo no Norte. Mas essa queda decorre também da efetiva redução do número de leitos disponíveis no setor público e no privado: só entre 2007 e 2012, foram 4.770 leitos a menos. Apenas nos últimos cinco anos foram fechados 284 hospitais privados que faziam atendimento pelo SUS. Sem a correção da tabela de honorários, eles quebraram!
Detalhe: a maioria desses hospitais hoje fechados (ou com atendimento dedicado exclusivamente aos serviços particulares), estava localizada exatamente em cidades do interior. Resultado: o cidadão mais pobre enfrenta extrema dificuldade para realizar uma cirurgia eletiva ou mesmo uma consulta especializada, ação que obrigatoriamente antecede procedimentos mais complexos.
No tocante à legalidade, a Federação Nacional dos Médicos (Fenam), contrária ao “Mais Médicos”, apontou que a violação dos direitos humanos não está apenas no trabalho dos médicos cubanos, importados da ilha-presídio no Caribe. “O fato de os médicos inscritos no programa ficarem dispensados do exame Revalida (que reconhece diplomas estrangeiros para o livre trabalho no Brasil) caracteriza um atentado à Declaração Universal dos Direitos do Homem. O fato de uma parcela da população ser atendida por profissionais que passaram pelo Revalida e outra não, é um atentado à dignidade humana”. Precisa dizer mais? O absurdo é evidente!
Por enquanto, o programa “Mais Médicos” é apenas isso: uma operação de fachada, uma nova arma de propaganda da gestão do PT! Ninguém deseja o pior, mas armengue nunca é solução...
Por David Leite | 09/10 às 15h30

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