JOSÉ CARLOS MACHADO É UM CABRA IMPOTENTE
E DOUTOR ROGÉRIO CARVALHO A “BOLA DA VEZ”
A democracia, “o pior dos regimes, fora todos os outros”, como diria Winston Churchill, permitiu o retorno ao poder de um político tido pelo petismo como morto e sepultado, após as muitas tentativas de sufocá-lo. João Alves Filho, tal como o pássaro da mitologia grega, ao “morrer” politicamente teria entrado em autocombustão e, passado algum tempo, renasceu das próprias cinzas. Ao lado da fênix democrata, o leal José Carlos Machado, amigo do prefeito de Aracaju desde a época da faculdade. Lá se vão quase 45 anos de convivência...
Diariamente, João Alves Filho enfrenta um dilema crescente. Imaginou que seria fácil, por causa da experiência anterior – foi alcaide entre 1975 e 1979, nomeado pela Ditadura Militar –, dar solução aos acachapantes problemas da capital sergipana, após 30 anos de gestões atabalhoadas, desprovidas de projetos sérios e afeitas somente às facilidades financeiras advindas do poder emanado pela caneta do prefeito, espécie de supersíndico. O democrata descobriu-se diante de um desafio monumental, caracterizado pelo “varejo”!
Não é tarefa fácil tentar superar a impotência/inapetência que afundou a prefeitura, sobretudo nos últimos 12 anos (de espertezas com contornos cada vez mais extraordinários – que o digam os próceres da construção civil). A paciência do povo se esvai... São tantas as mazelas encontradas que ou se promovem mudanças positivas já ou a imagem pública de João Alves Filho chegará ao final do ano arrombada, em prejuízo imediato ao projeto político que efetivaria o vice-prefeito de Aracaju no cargo hoje ocupado pelo Negão.
Ao vice-prefeito foi delegada a tarefa de tocar o dia a dia típico de uma gestão municipal, enquanto o Negão trata do macro, uma aptidão “natural”. José Carlos Machado contudo, apesar de bastante imiscuído no “varejo”, vê-se impotente para dar celeridade e até um certo rumo à administração. Para piorar, tem demonstrado inquietação com a falta de “profissionalismo” e a demência de alguns secretários e assessores diretos. Não era para menos, diante do inequívoco erro estratégico de manter nos cargos “técnicos” vermelhos de carteirinha.
Com justeza, agora José Carlos Machado cobra uma ajudinha do deputado federal Doutor (ele gosta de ser chamado assim) Rogério Carvalho – a quem, frise-se, ele “não acusa de nada”. Quer que o petista use o prestígio supostamente mantido junto ao ministro da Saúde Alexandre Padilha, para desatar alguns nós. Nos últimos dias, com sua peculiar cara de pau-brasil, o ex-secretário de Saúde fez incursões por microfones matinais explicando como melhorar o serviço que ele fez naufragar com perícia, para, politicando com a saúde alheia, chegar à Câmara dos Deputados.
Por inúmeras razões, cabe ao Doutor Rogério Carvalho colaborar para diminuir a esculhambação promovida por ele e equipe, cuja influência na Prefeitura de Aracaju perdura ainda hoje, mesmo sob a batuta do arquirrival João Alves Filho. O melhor exemplo é a presença da esposa do ex-prefeito petista de Propriá Paulo Brito, enfermeira Tina Luíza Cabral – também militante do PT e cupincha do Doutor Rogério Carvalho, por quem foi indicada –, no comando do Núcleo de Controle, Avaliação, Auditoria e Regulação (Nuccar), função mais importante na estrutura da Secretaria Municipal da Saúde, depois do cargo de secretário.
Vejam a que ponto chegamos: pela força política que ainda detém na prefeitura democrata de Aracaju, a estrela do PT Doutor Rogério Carvalho é agora o fiel da balança e, pasmem, está sendo requisitado pelo vice-prefeito para dar “uma força” à gestão. Pode não ser lá muito conveniente, politicamente falando. Mas que é engraçado, isso é... Muito, aliás!
_________________________
Por David Leite | 12/08 às 18h05

Nenhum comentário: