JACKSON BARRETO VIVE ANESTESIADO?
Ser visto e sentido publicamente como poderoso tem seus encantos... Aliás, dizia Henry Kissinger: “O poder é o maior dos afrodisíacos.” É grande a tentação de se achar gostoso quando se tem o Diário Oficial às mãos. Talvez seja esta uma boa explicação para o momento de desabrido deslumbramento vivido pelo governador de Sergipe em exercício, Jackson Barreto.
Narra o repórter Douglas Magalhães a chegada do mandatário à solenidade de assinatura da ordem de serviço para reforma do Batistão (terça-feira, 11): “Desceu do carro preto, a Banda da Polícia Militar começou a tocar e em seguida se ouviu o estrondo de fogos para saudar o chefe maior... Quem não estava acostumado, ficou de olhos esbugalhados! Jackson Barreto não toca zabumba nem arrisca cantar... Mas quando o assunto é politica, é afinadíssimo.”
Afinadíssimo e salpicado pela excitação, diga-se... Ao perfilar-se para a Guarda de Honra da Polícia Militar no Batistão, Jackson Barreto estava danado: da cor da camisa despojada ao bronzeamento da pele; do andar altivo ao sorriso e piscadelas estratégicas, o candidato governista portava-se como uma estrela da política – um passado revivido? Nos vários trejeitos e falações, exibia a quase certeza de ser “a bola da vez”...
Vem desse sujeito alterado e exalando libido a frase mais picante da semana. Acostumado em sua vida pública à promiscuidade política e às penetrações oriundas de todos os matizes partidários e vieses ideológicos, Jackson Barreto tenta agora cativar João Alves Filho. Um dos meios usados na conquista é desqualificar o aliado do prefeito de Aracaju, o PSC. Perguntado se temeria concorrer com o senador Eduardo Amorim, respondeu: “Não faz nem cócegas... Estou tranquilo!”
Noutras palavras: Jackson Barreto anda tão anestesiado com a máquina estatal que nem sente mais nada... Tudo lhe adentra o animus politicus sem mínimo esforço. Até mesmo a massaroca eleitoral do senador mais votado da história de Sergipe não o intimida... Afolozado politicamente e calejado na arte de mamar na mangueira do poder desde jovem, Jackson Barreto goza entalado nas vantagens do Erário, ejaculando jatos de desprezo nos adversários.
Em A Arte da Guerra, o general chinês Sun Tzu ensina: “Se você conhece o inimigo e conhece a si mesmo, não precisa temer o resultado de cem batalhas, mas desprezar o poder do adversário é um erro fatal...” Eis a questão: até que ponto o insensível Jackson Barreto não estaria se enganando, ao achar que, por nada mais sentir – nem mesmo cócegas –, estaria livre de potenciais estragos?
De toda sorte, é bom recordar que “o poder é o maior dos afrodisíacos”, a encher de “virtudes” quem nele se funda. Pena que até agora, ao menos até onde meus parcos conhecimentos alcançam, não inventaram um KY Gel político! Mas pensando bem, para Jackson Barreto seria justificadamente dispensável... Vai no cuspe mesmo!
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Por David Leite | 12 de junho às 19h16 

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