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Polêmica do ProInveste **
Bomba
de efeito retardado – e choro, muito choro
Por
David Leite | 11/12/2012 | 12h05
O
tal do ProInveste ainda embrulha o bucho de certos articulistas
políticos. Ontem mesmo, choroso nas cantilenas pró-governo do PT, o
jornalista Gilvan Manoel (Jornal do Dia, em 9/12) fez
queixas ao modo como a Assembleia Legislativa sergipana conduziu a
votação dos projetos de obtenção do financiamento.
Para Gilvan Manoel, "o discurso de que os projetos
provocariam um maior endividamento do Estado, podendo inviabilizar
futuras administrações, é meramente político". Rápida pausa
para comentar: e o jornalista queria o quê? Que a discussão na
Alese fosse movida por que outros intentos, que não os "meramente
políticos"?
Oposição serve para se opor, quando acha que haverá
prejuízos para a maioria do povo. E no caso do ProInveste, apenas um
dos projetos – aquele que financiava R$ 167 milhões para a redução
da dívida do Estado com a União – teria, de fato, o mérito de
ajustar as falidas contas da gestão de Marcelo Déda. Os demais,
serviriam como auxílio luxuoso a um governo preguiçoso e leniente,
disposto a mover-se apenas se as facilidades o empurram à frente...
Foi um erro não aprovar esse item? Sim, talvez! Mas
essa desculpa forjada por Gilvan Manoel de que, "na verdade, o
objetivo (da oposição, com as recentes investidas) é asfixiar o
governo Marcelo Déda em tudo que for possível, apenas de olho em
2014", soa como grande patifaria jornalística.
Não consta que Gilvan Manoel tenha tido o mesmo
comportamento (em defesa da "causa"), criticando Mula da Silva e Marcelo Déda, quando, com
vistas a "foder" – foi esta a palavra usada pelo então
presidente da República para definir o que pretendia – a gestão
de João Alves Filho (2003/2006), estes honrados camaradas impediram
que o Governo de Sergipe realizasse empréstimos dentro e fora do
Brasil, não obstante serem todos eles legais e estarem dentro da
capacidade de endividamento.
Qual era a intenção meritória de Mula da Silva e
Marcelo Déda à época? Bem, a eleição (2006) e reeleição (2010)
do atual governador são pontos eloquentes a confirmar a máxima de
que, "os fins justificam os meios". Mas percebam: trata-se
do tipo de atitude apenas aceitável se deflagrada pela turma do PT.
Ao menos, é o que me faz crer Gilvan Manoel com sua lamúria
jornalística.
Mas quem imagina que Gilvan Manoel parou por aí, tem a
madorrenta chance de vê-lo escrever outra aberração: "A
decisão da Assembleia Legislativa de Sergipe sobre o ProInveste,
seguindo orientações do senador Eduardo Amorim, surpreendeu
políticos de outros Estados que admiravam a capacidade dos políticos
sergipanos em se somarem sempre que os interesses de Sergipe estavam
em jogo." Que políticos foram estes? Gilvan Manoel não diz...
Mas aposto uma rodada de Seleta com caju doce que o
cabra bom não mente. Gilvan Manoel só não teve a devida coragem de
dizer quem são os tais cabras, pois devem ser todos ligados ao
governo do PT – aqui e em Brasília! Até porque, verificando a
história, como já afiancei, foi o PT, por meio de Mula da Silva e
Marcelo Déda, que iniciou esta fase de "Terra Arrasada",
de "foder" a gestão de políticos de oposição, em função
de interesses eleitorais – João Alves Filho e tantos outros
oposicionistas que o digam...
Assim, melhor faria o jornalista Gilvan Manoel se
voltasse o jeitoso choro para outras plagas. Quem sabe, poderia ele derramar suas muitas lágrimas para cobrar a finalização das obras ainda não
concluídas em Sergipe pela gestão de Dilma Rousseff – velha e
surrada promessa de campanha de todos os petistas caras-pálidas.
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PS: Não é apenas Gilvan Manoel que se lamuria por
conta da não aprovação do ProInveste. Contraditoriamente, Jozailto
Lima, que durante os últimos 60 dias escreveu quatro artigos
tingindo de dúvidas a real necessidade do financiamento, hoje
resolveu bandear-se para o lírico...
O poeta-jornalista sergipanizado afirma na Cinformando desta semana que "a política errou". Então, por osmose, errou ele
também em todas as suas querelas anteriores, porquanto punham a
população (e os deputados) a pensar sobre as vantagens do
ProInveste. Ou seria, de fato, um falso arrependimento? Solerte na
busca de ficar bem na foto, faria o cujo um debute de bom-moço, num
momento em que Marcelo Déda e cia choram – muito, aliás! – com
a perda da boquinha?
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