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Quinta-feira, 09 de Fevereiro de 2012 | 21h15 | Arte & Cultura
Palavras que ofendem, palavras que ensinam
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Minhas considerações publicadas num post mais abaixo sob o título “Marcelo Déda, o novo acadêmico?”, acerca da tentativa de membros da Academia Sergipana de Letras de agregar à entidade o governador sergipano, provocaram reações adversas em setores do colegiado.
Dentre os acadêmicos que me procuraram, um deles, a quem muito admiro pelo modo respeitoso e cativante com que debate ideias e aborda temas do interesse da coletividade – longe daquele autoritarismo professoral típico de alguns intelectuais”, sobretudo quando ligados à esquerda –, alertou para meu “trato indelicado para com a história da ASL e contra seus membros mais proeminentes (ontem e hoje)”.
Disse-me: “Desde sua fundação, a ASL é reconhecida como a mais democrática entre as academias de letras do país, pois abriga em seu quadro não apenas literatos, mas também profissionais de outras áreas. Tivemos e ainda existem entre nós, por exemplo, artistas, humanistas, historiógrafos, filólogos, oradores e até cientistas, o que faz a ASL bastante representativa dos muitos matizes culturais do nosso povo.”
Tomaria emprestado um adágio para observar que toda generalização é burra! Assim, meu julgamento radical do coletivo dos acadêmicos acabou por apequenar algumas notórias personas cujo valor intelectual é indiscutível e que integram com justeza de mérito a ASL – e poderiam integrá-la aqui ou na China –, não obstante ainda discordar do “ranço provinciano” dos que buscam premiar um governante no exercício da função.
Com efeito, hoje, após ouvir do citado acadêmico um paciente relato sobre o papel da ASL na preservação de importantes patrimônios culturais de Sergipe (materiais e imateriais) e dos ritos à escolha de seus novos membros, confesso, passei a ter um olhar de fato muito mais real daquela casa.
Grato, caro mestre...

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