Terça-feira, 27 de Outubro de 2009 – 11h55
Leia Nesta Edição:
>> Rogério Carvalho se Acha... (E mais Curtas & Boas)
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Deve ser um daqueles raros casos de megalomania residente crônica, agravada por osmose pela relação umbilical com o ego maior da nossa vasta galáxia. O secretário de Saúde Rogério Carvalho, o protegido do vaidoso governador Marcelo Déda, pede respeito. Afinal, sabem vocês com/de quem estão falando?
No Jornal da Cidade de domingo, o chefe da pocilga-modelo respondeu a umas perguntinhas do jornalista Eugênio Nascimento. O objetivo era contrapor as críticas da oposição (e até de aliados) quanto à gestão do Governo da Mudança para Pior na saúde pública sergipana.
O assunto não mereceria mais que duas ou três linhas de comentário, porquanto não ocorre ao acaso a presença do item “Saúde” no topo da lista das prioridades da população ainda não devidamente atendidas. Ou seja, a defesa de Rogério Carvalho depõe contra o próprio e contra o governo a que ele serve...
O fato a despertar minha atenção foi o principal argumento usado pelo secretário quanto às questões trazidas a público pelos deputados da oposição e, sobremodo, pelo ex-governador João Alves Filho. Disse Rogério Carvalho: “Ele (João Alves Filho) me desrespeita como pessoa, como médico, como mestre, doutor em saúde pública, professor universitário, médico fiscal do Conselho Regional de Medicina de São Paulo, que passei por concurso em primeiro lugar
A Via Láctea inteira agora já sabe. Não se pode criticar o cósmico secretário estadual de Saúde, pois o danado é médico, mestre, doutor em saúde pública, professor universitário concursado, fiscal concursado do Conselho Regional de Medicina de São Paulo...
Rogério Carvalho somente esqueceu de explicar algumas coisinhas simples. Os mais de R$ 200 milhões sem licitação (apenas em 2007) devidamente pagos. O caos no Hospital João Alves Filho e a falta de assistência básica no interior. A morte das mais de 60 crianças na Maternidade Hildete Falcão e de dezenas de adultos pela falta de higiene e cuidados mínimos nas UTIs do “Huse mas Não Abuse Porque Não Aguenta”. Sem falar no incrível terreno comprado em Lagarto a peso de ouro para edificar um hospital.
Faltou também ao distinto secretário falar por que mandou derrubar o hospital de Ribeirópolis e em seu lugar construir um posto de saúde meia boca. Talvez até sobre um tempinho para o divino Rogério Carvalho contar os motivos que o levaram a optar pelo atendimento num hospital particular quando fraturou a perninha ao invés de usar o serviço público...
O renomado antropólogo Roberto da Matta –aliás, um esquerdista assumido, portanto insuspeito– resumiu bem esse tipo de gente aboletada nos títulos, na arrogância e no poder, à espera do respeito, do reconhecimento e do temor alheios: “Frase que marca nossa ausência de cidadania: sabe com quem está falando? Frase que marca a cidadania americana: quem você pensa que é?”
Para refrescar o acalorado dia, nada como música (e água geladinha). Veja o clipe de “Você sabe com quem está falando?”, composição de Claúdio Salles do movimento pop Goiaba de Niterói, do Rio de Janeiro. A letra é baseada em textos do acadêmico Roberto da Matta. O vídeo foi criado e dirigido por Marcelo Magoo.
Rota do Queijo Suíço – Numa entrevista a Ouro Negro FM de Carmópolis, o ex-prefeito de Siriri Valdomiro dos Santos sugeriu oportunamente a mudança do nome do recapeamento da rodovia festivamente batizada por Marcelo Déda de “Rota do Sertão”. Comentou ele: “Parece brincadeira, mas com apenas cinco meses de inaugurado, o trecho entre Nossa Senhora das Dores e Monte Alegre tem tanto buraco –eu contei uns 400!– que melhor seria chamar aquilo lá de ‘Rodovia do Queijo Suíço’. Foi dinheiro jogado fora”. Comento eu: Nos queijos finos, vinhos caros servidos por sommelier e buracos administrativos “nosso” governador é mestre-doutor...
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Cadeira Vermelha – Os “hospedes” do Hospital João Alves Filho têm agora à disposição no mobiliário novas cadeiras, para relaxar enquanto aguardam a chance de ser atendidos. Curiosamente, depois de abusar da cor vermelha até em escolas e repartições públicas, e mesmo depois de repreendido pelo Ministério Público Estadual ainda manter como símbolo do governo o mesmo coração com borda vermelha usado como marca da campanha eleitoral de Marcelo Déda, o governo estadual resolveu “inovar”. As cadeiras oferecidas no “Huse” são... advinha de que cor? Só pode ser fetiche...
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