Segunda-feira, 16/06/2008 – Ano II – Edição 276
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Apenas Reflexo
Não cabe crítica o fato de Sergipe ter o pior ensino médio do Brasil. Trata-se de conseqüência, de efeito... A imprensa paraestatal tentou isentar o governo Marcelo Déda de qualquer responsabilidade. Gilvan Manoel (Jornal do Dia, 13/06) chegou a esconjurar os governos passados. Os Centros de Excelência, para ele, são “ilhas de exclusão”. Já o pré-universitário “segrega os alunos”.
Como criticar o ensino público de Sergipe se pessoas supostamente letradas como Gilvan Manoel não tratam sobriamente idéias largamente bem sucedidas em outras nações apenas por conveniência político-jornalística?
O umbigo é mais embaixo!
A educação vai mal porque o governo vai mal. Não obstante financiar regiamente o jornalismo de encomenda, para parecer que vai bem...
A grande questão reside no tal do recomeço.
Os estudantes da rede pública alcançaram um índice de aprovação espetacular (e inédito) na UFS nos vestibulares de 2005 e 2006. O “excludente” pré-universitário levou quase três mil alunos pobres à universidade pública e gratuita – aliás, independente se pretos, amarelos ou bancos.
Estão lá não por qualquer cota de segurança social, mas pelo mérito próprio e pela ação afirmativa de um programa educacional eficaz.
À semelhança dos países onde o politiquismo foi aposentado!
O Enem de 2006 apontou os alunos do Centro de Excelência Atheneu entre os melhores de Sergipe – de escolas públicas e privadas. Na “ilha de segregação”, os melhores alunos e professores da rede estadual tiveram a oportunidade de se engajar num projeto-piloto para formar uma elite intelectual.
À semelhança dos países onde o paternalismo foi aposentado!
Embriagados pelo caldo alucinógeno da propaganda enganosa do governo Marcelo Déda, poucos se deram conta de quanto é dispendioso recomeçar.
A confusão mental de uns poucos prejudica uma geração inteira, porquanto atrasa - quando não interrompe – mudanças conceituais baseadas nos melhores exemplos, testadas e aprovadas mundo afora.
O governo das mudanças para pior inventou de recomeçar do zero a Educação. Programas reconhecidos pela Unesco, Alfabetização Solidária e outras entidades de igual porte como eficientes foram simplesmente abandonados.
Marcelo Déda suspendeu ações de melhoria da qualidade do ensino e da gestão escolar. Cortou inventivos financeiros dos docentes...
Só podia dar no que deu! (ou dará!).
Não há porque criticar a fajuta educação do governo Marcelo Déda. Lamentavelmente, ela é apenas um reflexo...
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