PROMETER É PODER Diziam as vovós antigamente: quem não pode com o pote não pega na rodilha. Tentavam alertar os mais novos a evitar assumir responsabilidades para as quais não estavam devidamente preparados. A analogia cabe como uma luva à reação de torpor e desencanto do secretário da Fazenda, Nilson Lima, diante da exasperada grita dos servidores públicos estaduais quanto ao pífio aumento salarial anunciado pelo príncipe. Não se sabe se NL esperava um buquê de flores acompanhado de legítimos Havanas no lugar das cobras e lagartos ditos ontem pelos líderes dos barnabés nos programas matutinos de rádio e à noite na TV. Certamente foi doloroso ouvir de companheiros (sindicalistas) palavras tão cortantes - o príncipe só não foi chamado de santo nem bonito! Também pudera, sua majestade prometeu mundos e fundos aos servidores. Na campanha, dizia ele, a categoria seria reconhecida na sua gestão. Haveria a compensação de perdas. Efetivar-se-ia um plano salarial e de carreira condizente com a importância dos funcionários na condução da máquina pública. Sim, também garantiu, pagaria o Funarsep tão logo assumisse. Como quase tudo dito pelo príncipe à época, eram apenas mais palavras vociferadas ao vento para ouvidos crédulos... Nilson Lima, chocado diante de tão virulentos apupos, desabafou inocentemente: "O governo fez o que pôde. O governador tem que cumprir a Lei de Responsabilidade Fiscal. Se não o fizer, o Estado ficará ilhado, sem condições de receber verbas federais para investimentos importantes. Foi o máximo que o governo pôde anunciar". O aumento linear do funcionalismo é de 2,96% e a devolução do Funaserp será feita até junho de 2009, num conta-gotas, mês a mês. Assim dito, de forma tão humana e cristalina, nada mais justo que voltar às vovós: caro secretário Nilson Lima, quem não pode com o pote, deve buscar distância das rodilhas!

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