TV CENSURA A emissora da Assembléia Legislativa de Sergipe (TV Alese, disponível apenas para assinantes do sistema de cabo) vive um momento de mudanças muito interessantes. Por ordem do Barão de Canindé Ulisses Andrade, presidente da Casa, os programas com conteúdo crítico, incluindo jornalísticos, foram (os que ainda estão no ar) amaciados para evitar qualquer dissabor à sua majestade (o príncipe). Um soberano sem afeição a opiniões alheias às da sua cartilha. Nos tempos do coronel Antônio Passos, sob o comando do profícuo Raimundo Luiz, a TV Alese era plural e buscava expor os múltiplos segmentos sociais e políticos representados na “Casa do Povo”. O coronel, imaginem, deixava fluir sem barreiras as opiniões divergentes a ele próprio e ao mandatário de plantão, havendo por vezes situações hilárias, pois certos repórteres ficavam até constrangidos com as opiniões tamanhamente sinceras da gente sergipana contra tudo que não lhe fosse grato ou sincero. Frise-se, não obstante o ambiente “crítico” e plural, havia o rito de respeito à Casa e aos seus membros. Hoje, a TV Alese passou de pálida a cinzenta. Contudo, para deixá-la ainda mais ao gosto de sua majestade, o Barão de Canindé poderia “inovar” só mais um pouco e introduzir programas com receitas culinárias (especialmente bolos e tortas), dicas para cuidar da pele no verão (nossa única estação) e até cultos com orações fervorosas pedindo aos Céus sabedoria e proteção ao príncipe. São os primeiros efeitos do coquetel de democracia aplicado pelos vermelhos...

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